Empreendedorismo & Activismo Social

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Feliz Natal e Próspero 2013


À escassos dias do término do 2012, faço desta a minha última publicação neste espaço para o presente ano. Naturalmente, este é um momento de rescaldo da prestação de cada um em tudo quanto tinha planificado e perspectivado.
Termina mais um ano, e com ele por um lado, se vão vitórias e sucessos obtidos e por outro, derrotas e frustrações resultado da não satisfação das necessidades e desejos, porém, tudo próprio e característico da vida humana e é por isso que com fim de 2012, inicia mais um novo ano, do qual somos chamados fazer dele o melhor das nossas vidas, aprendendo dos erros e fracassos do passado para vencermos durante o ano.
Do 2012, eu pessoalmente tenho pouco a contar, no entanto feliz, primeiro por estar vivo e segundo, por gozar de vontade e de energias positivas para conquistar a vida com todo sucesso possível no ano 2013. Nem com a tamanha dimensão dos insucessos e infelicidades que caracterizaram o ano que finda, não guardo mágoas, apenas lições profundas que não só me guiaram durante o próximo 2013, mas por toda a vida. E como humano e sobretudo ser social, os meus fracassos nalgum momento ultrapassaram a fronteira individual, daí que todos aqueles que por diversas razões terão se decepcionado comigo, peço para que não desistam de mim, pois sou o que sou porque sempre tive pessoas ao meu lado, me ajudando sempre que possível material e moralmente. E a todos que consciente e inconscientemente tiver ofendido ou magoado, peço perdão, dado que, só tão pequeno, mais tão pequeno para compreender o real sentido da vida humana e portanto, preciso do vosso perdão e companhia para prosseguir.
Através das redes sociais, tenho acompanhado algumas avaliações que amigos e conhecidos fazem da sua prestação durante o ano 2012, e muitas delas tem se revelado negativas. Evidentemente, que estar em problemas é mau, contudo, encarar dificuldades e obstáculos é próprio da vida humana, e portanto, os problemas sempre existiram e sempre existirão, pelo que não devemos desejar que eles acabem ou desapareçam, mas sim preocupemo-nos em aperfeiçoar a nossa capacidade de resolver e ultrapassar cada um deles, pois este é o verdadeiro sentido e prazer da vida. As promessas não cumpridas, as mentiras, os amigos falsos, etc., não se vão com o 2012, connosco se vão atrelados para o 2013, porém, eles podem não ser necessariamente maus, pois se os conseguirmos vencer honestamente, desfrutaremos da verdadeira felicidade da vida.
Na esperança de voltar no ano que vem, com mais energia e força, faço votos de um Feliz Natal a todos amigos, familiares, conhecidos e os demais que por este espaço passam, e de um 2013 repleto de muito sucesso, felicidade e muito amor acima de tudo.
“Se o ano 2012 não foi o que tu esperavas, não espere que o 2013 seja diferente, sejas tu diferente.”
Feliz Natal e Próspero 2013.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Feliz Aniversário Jay. Z


O rapper e produtor Shawn Corey Carter, mais conhecido por Jay. Z faz hoje 43 anos de idade. Nascido a 4 de Dezembro de 1969, em Nova York (EUA), Jay. Z é um dos rapper’s e homem de negócios dos Estados Unidos bem sucedido da história.
De acordo com o site lastfm, Jay. Z começou a sua carreira em 1996, com o álbum “Reasonable Doubt”, tendo de seguida formado a sua própria editora, a “Roc-A-Fella Records”, da qual também fazem parte Beanie Sigel, Freeway, Memphis Bleek, Kanye West entre outros, e mais tarde lançou a sua própria marca de roupa, a Roc-A-Wear.
No mundo de negócios é presidente da gravadora “Def Jam”, sócio do bar 40/40 Club, e da equipa de basquetebol do NBA “New Jersey Nets”, e em 2007, a revista Forbes anunciou que o rapper tinha uma fortuna avaliada em 150 milhões de dólares.
Casada com a cantora, compositora, actriz e empresária Beyonce, Jay. Z é indiscutivelmente um dos rappers mais influentes dos últimos tempos, constando na lista das personalidades mais influentes de 2012, numa lista que inclui também o presidente dos EUA, Barack Obama, o autor do vídeo “Gangnam Style”, o coreano PYS, entre outros.   


quinta-feira, 22 de novembro de 2012

“100 Escovadas Antes de Ir Para a Cama” da autoria de Melissa Panarello


“Cem escovadas antes de ir para a cama” é título de uma obra literária da autoria da Melissa Panarello, escritora erótica, natural da cidade italiana de Catânia – Sicília, que relata em forma de um diário, suas aventuras sexuais em busca de prazer e do verdadeiro amor qundo tinha 15 anos. 
Durante dois anos (6 de Julho de 2000 – 12 de Agosto de 2002), possuída pela sede de sentir se amada perfeitamente, Melissa, experimenta diferentes práticas sexuais, incluindo as menos convencionais, como sexo colectivo com desconhecidos e sadomasoquismo. Contudo, para sua grande decepção, conclui ilusoriamente que os homens não estão interessados na essência de uma mulher, nem são capazes de amar prescindindo da carne, e na sequência disso, passa a oferecer o próprio corpo a quem quer que o peça, na esperança de que alguém a possa amar de verdade, tendo finalmente caído num mundo completamente de trevas de pura humilhação e dor.
Publicado em 2003, o livro já vendeu mais de meio milhão de cópias na Itália, e teve seus direitos de tradução negociados em 24 países, assim como deu origem a um filme com mesmo título “Cem escovadas antes de ir para a cama”, porém desaprovado tanto pelos fãs, como pela própria Melissa.
Baixe e leia este triste, mas interessante diário que sem dúvida, alguma espelha a vida de muitos adolescentes e jovens espalhados pelo mundo inteiro. Baixe aqui:

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Porque sempre INVEJA?


Se de acordo com o académico e sociólogo Elísio Macamo, há coisas em Moçambique, que não adianta nos preocuparmos em entender, naturalmente há também fenómenos que pelo menos devem nos inquietar, sobretudo, no actual estado de profunda pobreza que nos caracteriza, pelo que, qualquer facto é sempre suspeito.
Não sei se é mesmo pela extrema miséria, mas estranha e incrivelmente, somos uma “sociedade” tão tensa e desconfiada, razão pela qual perdemos tempo nos preocupando mais com o que os outros pensam de nós do que com as nossas próprias vidas.    
Nas curtas caminhadas da minha vida, sou presenteado por um fenómeno aparentemente irrelevante, porém, com o teor profundamente significativo e perigoso, sobretudo numa sociedade quanto a nossa ainda em construção. Talvez porque os ínfimos traços desta mesma sociedade encontram-se mergulhados dentro de uma vida completamente comunitária, inclusive nas ditas zonas urbanas ou cidades se assim o preferirem, pelo que somos confortados sempre com o “Homem que sai do Gueto, mas sem necessariamente o Gueto sair dele”, só para parafrasear as palavras do cantor moçambicano do Panza, Ziqo numa das suas famosas músicas.
Por que é que nós moçambicanos damos maior atenção a INVEJA?
Eh! Evidencias disto não faltam, desde verbais a materiais. Por diversas vezes deparei me com frases escritas em auto-carros e em barracas, dizendo: “A sua inveja é a minha riqueza”, “Inveja, arma perigosa do pobre”, “Cuide da tua vida, que da minha cuido eu”, “Quanto mais me invejas, mais vou crescendo”, “A sua inveja é a razão do meu sucesso” entre outras idiotices do género.  
Será que os moçambicanos são realmente invejosos?
Curioso e lastimavelmente conheço gente que não visita as suas zonas de origem, por conta da famosa “INVEJA”, chegando a apontar questões supersticiosas como justificativa das atitudes pouco agradáveis. Sei e concordo que naturalmente o Homem seja egoísta, egocêntrico e invejoso. No entanto, quando este atinge o estágio de sociedade, ganha uma outra postura caracterizada de acordo com Del Vecchio, por relações mediante as quais vários indivíduos vivem e actuam solidariamente em ordem a formar uma entidade nova e superior. A partir desta concepção fica claro que na sociedade, o homem não vive isolado, pelo contrário precisa de forma jurídica e racional de se associar aos outros na luta tanto pelos interesses comuns, como pelos individuais.
Ao vivermos num ambiente social em que envocamos que o outro é sempre inimigo, estaremos a viver plenamente em sociedade?
A minha leitura sobre a realidade, força-me a dizer que não, aliás nos dias que se passam, o enfoque a INVEJA, como sendo um dos grandes obstáculos do fracasso de muitos dos moçambicanos, tem sido uma das estratégias usadas por algumas ceitas religiosas na angariação de “membros” para as suas comunidades religiosas em nome de evangelização.  
Bem! Quando digo fenómeno moçambicano, é em nome da Unidade Nacional, talvez isso não acontece na zona centro ou norte do país (nunca estive lá), no entanto o presidente Guebuza ensinou-me a olhar Moçambique como um todo e não regionalmente.
Pés embora não entenda, talvez devido a minha larga e severa ingenuidade, porém este fenómeno me inquieta profundamente, pois para além de constituir uma evidência clara de um estímulo a sentimentos invejosos entre os moçambicanos, é uma atitude que só promove tensão e uma vida especulativa e solitária, colocando-nos cada vez mais atrasados do que estamos.
Não nego que de facto, a INVEJA exista entre os homens, porém, a forma coma a mesma invocada no contexto moçambicano, deixa claro que ao pretendermos fazer alguma coisa, ao invés de pensarmos no sucesso, damos primeiro maior atenção ao que os outros negativamente dirão ou mesmo farão. Infelizmente, notamos também esta forma de pensar nos discursos dos nossos dirigentes políticos, por exemplo, quando o presidente Guebuza chama os críticos de “distraídos”. Para além de uma evidência clara de alergia a críticas, dá entender que essas pessoas estão “contra” e portanto com INVEJA. Estariam os moçambicanos contra o seu próprio desenvolvimento?
A minha curta experiência me diz que, fala de desporto quem gosta ou pratica desporto, fala de política quem gosta ou exerce a política, logo…então, para não parecer invejoso melhor é terminar por aqui.
“Palavras ditas não necessariamente verdades, portanto, não deixam de ser opiniões”

terça-feira, 13 de novembro de 2012

“Sonho em participar numa exposição de âmbito internacional”


Pés embora as dificuldades para expor suas obras nos eventos nacionais, Guivala, sonha em participar de uma exposição internacional. Com 21 anos de idade, Fernando Guivala é um artista plástico, nascido e residente na cidade de Maputo, formado em artes visuais pela Escola Nacional de Artes Visuais.    
Começa a pintar com 9 anos, quando frequentava a quinta classe, e entre as suas paixões encontra-se o desporto, especificamente o futebol, razão pela qual as suas obras retratam o panorama desportivo, tanto nacional como internacional, aliás segundo o artista, antes de descobrir o seu extraordinário talento pela arte, sonhava em ser um grande jogador de futebol.
Apesar do seu profundo e indiscutível amor pela arte plástica, Guivala, mostra-se infeliz com estado actual da arte em Moçambique, sendo que o maior problema para ele, cinge-se nas dificuldades em participar de exposições, por um lado devido ao número reduzido de eventos do género e por outro, pelo fraco interesse e falta de comprometimento das autoridades ligadas a arte no país.
“Sonho em participar numa exposição de âmbito internacional”, afirma Guivala, para quem os obstáculos no seu caminho artístico, são normais e portanto, vencidos pela sua paixão artística.

Um talento indiscutivel 





Gostou? Quer um quadro igual para si? Entre em contacto:

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Eu tenho um sonho


A 25 de Setembro de 1975, Moçambique conquistava a sua independência do governo colonial português. Logo após este marco na história do povo moçambicano, o país vive um momento difícil, caracterizado por uma pobreza extrema associado ao conflito armado interno que opunha o actual partido no poder, a FRELIMO e o maior partido da oposição a RENAMO, então grupo de guerrilha. Foi sem dúvida alguma, um período dramático na vida dos moçambicanos, que tanto precisavam de sossego e conforto, depois da longa e dolorosa colonização portuguesa. Após 16 anos de guerra civil, finalmente o país vive uma definitiva estabilidade, com a assinatura dos acordos de Paz em 1992, na capital italiana, Roma.
E volvidos hoje cerca de 37 anos de independência e 20 anos de Paz, Moçambique, é um país livre, estável e com sinais de um indiscutível franco desenvolvimento, por um lado, devido ao maior apoio em investimento que tem recebido por parte de organizações internacionais e por outro, pelo trabalho conjunto que o governo tem realizado com vista ao desenvolvimento sustentável e melhoria das condições de vida da população moçambicana.
Hoje o país conta com mais de 36 instituições de ensino superior, cujo objectivo é garantir a formação de profissionais em diversas áreas científicas, assim como também, regista um aumento significativo de investimentos externos de grande dimensão, que têm contribuído grandemente para o alívio da pobreza que ainda assola milhares e milhares de moçambicanos.
No entanto, apesar do visível crescimento económico e da relativa melhoria na qualidade de vida, Moçambique, enfrenta um grande problema que coloca em risco todo este esforço tendente ao desenvolvimento do país. A Corrupção.
Definida como o uso do poder para obtenção de vantagens e fazer uso de dinheiro público para alcançar interesses próprios, de um amigo, da família ou integrante. Este fenómeno, segundo especialistas, pode ser visto a dois níveis, nomeadamente: Pequena Corrupção (a mais visível), que verifica-se nos postos policiais, unidades sanitárias, escolas, e departamentos do governo e Grande Corrupção, que caracteriza-se por desvio de fundos significativos dos cofres do Estado e no mau comportamento e abuso de poder.
Este problema, tem como consequências, a diminuição do investimento externo, redução ou má a prestação de serviços públicos, grandes despesas para o governo, sendo que a população mais desfavorecida é a maior vítima, pois, depende totalmente de serviços públicos.
Contudo, mesmo diante desta dramática situação, Eu tenho um sonho. Diz se que a corrupção em Moçambique, apesar de se considerar um crime, é um acto legitimado pela sociedade e portanto, é uma norma social e cultural que faz parte do quotidiano dos moçambicanos, porém, mesmo assim, Eu tenho um sonho.
Eu tenho um sonho de nunca mais ouvir condutores na Cidade de Maputo, se queixando de subornos pelos polícias, pelo que, sonho em cada dia da minha vida, com uma polícia moçambicana justa, íntegra e que seja efectivamente actor da lei e ordem no país.
Nem com as grandes filas e enchentes nos hospitais e noutros serviços públicos, Eu tenho um sonho. Pés embora “os magros” salários que os nossos funcionários públicos ostentam, Eu tenho um sonho. O sonho de jamais presenciar cenas de gorjetas à agentes públicos para ou por um atendimento mais rápido/melhor em qualquer que seja instituição do Estado e nem de ser cobrado algum valor monetário “injustamente” por um serviço a que mereço por direito.   
Eu tenho um sonho, sonho de ver aquele Gabinete Central de Combate à Corrupção, funcionando com eficiência e eficácia para os propósitos aos quais foi instituído, ou seja, investigar e instaurar processos contra os funcionários públicos acusados de fraude e abuso do poder. Eu tenho um sonho, de presenciar mais casos de funcionários desonestos e corruptos sendo condenados exemplarmente, tal como aconteceu na empresa dos Aeroportos de Moçambique, onde funcionários de alto nível, foram responsabilizados por desvio de grandes quantias de dinheiro do Estado.
Ainda que me digam que as caixas de reclamação nas instituições públicas, não funcionam, são apenas para “o inglês ver” como por cá se diz, Eu tenho um sonho de um dia este país se tornar exemplo de transparência, de responsabilização e acima de tudo de integridade, no que diz respeito a governação, prestação de contas e resolução dos problemas do povo.
Eu tenho um sonho, de uma geração futura que não tenha como obstáculo para o seu desenvolvimento, a Corrupção, e que se empenhe lutando por um Moçambique próspero e ainda melhor. Em fim, Eu tenho um sonho, de um dia viver em um Moçambique livre da corrupção.
(Baseado no original discurso de Martin Luther King, 28/08/1963)

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Um Pensamento, Um Autor!


Thomas Tobbes

Nasceu em 1558, (Sec. XVI) na Inglaterra. Politicamente, vigorava naquele país um regime absolutista (concertação de poder nas mãos do monarca), com então rei Carlos – I, que teria sido aluno de Hobbes. No entanto, instala-se uma profunda crise na Inglaterra que leva a decapitação do rei Carlos – I e sucessivamente o declínio da Monarquia.
É na sequência deste cenário que Hobbes escreve a obra “Leviatã”, (monstro ou cobra de sete cabeças) defendendo a ilegitimidade da morte do rei, na medida em que para ele, o monarca devia governar assim como “monstro” de forma a garantir segurança e equilíbrio do Estado.
Leviatã
Hobbes, começa por afirmar que a natureza faz dos homens tão iguais, quanto as faculdades de corpo e de espírito, que embora por vezes se encontre um homem manifestamente mais forte ou de espírito mais vivo do que outro, a diferença entre um e outro não é suficientemente considerável para que qualquer um possa reclamar qualquer benefício a que outro não possa igualmente aspirar.
O homem é egoísta, supondo que possui em maior grau a sabedoria que os outros. A natureza dos homens é tal que embora sejam capazes de reconhecer em muitos outros maior inteligência, maior eloquência ou maior saber, dificilmente acreditam que haja muitos tão sábios como eles próprios, pois vêem a sua própria sabedoria bem mais perto e as dos outros à distância. E isto tudo mostra acima de tudo, o quanto os homens são efectivamente iguais, pelo que a diferença está apenas na concepção, (na maneira de ver as coisas), o que ele chama de igualdade/ desconfiança.
Da igualdade em termos de capacidade, deriva a igualdade de atingir seus fins (esperança). Daí que se dois homens desejam a mesma coisa que não pode ser gozada por ambos, os dois tornam-se inimigos. E na procura da preservação da vida, que é o fim último de cada homem, esforçam-se para se destruir um ao outro. O que explica por sua vez, que se um homem tem sucesso no seu trabalho, é de esperar que os outros o venham ameaçar, privando-o da vida ou da liberdade. E em seguida os invasores se encontrão também na mesma situação em relação aos outros.
Hobbes, faz uma grande ruptura com a concepção aristotélica segundo a qual o Homem é Um Animal Político, ou seja, foi feito para viver em sociedade, ele não basta-se a si próprio, precisa de unir-se/associar aos outros para garantir a satisfação das suas necessidades. Thomas, vai contradizer afirmando que os homens não tiram prazer algum da companhia dos outros, pois cada um pretende que seu companheiro lhe atribua o mesmo valor que ele se atribui a si próprio, na presença de todos os sinais de desespero ou de subestimação. E sendo assim, “ Os Homens não são seres sociais”.
Hobbes aponta três principais causas da discórdia na natureza humana: competição, desconfiança e glória.
A competição leva os homens atacarem-se uns aos outros tendo em vista o lucro usando a violência para se tornarem senhores das pessoas, mulheres, filhos e rebanhos dos outros homens. A desconfiança por sua vez leva a segurança, isto é, luta pela defesa. E a glória, faz os homens procurarem a reputação por ninharia como uma palavra, um sorriso, uma diferença de opinião e de qualquer outro sinal de desprezo, quer seja directamente aos seus parentes, aos seus amigos à sua nação à sua profissão. Com isto torna-se manifesto que durante o tempo em que os Homens vivem sem um poder comum capaz de os manter a todos em respeito, eles se encontram naquela condição a que se chama guerra de todos contra todos. A natureza da guerra não consiste na luta real, mas na conhecida disposição para tal durante o tempo em que não há uma garantia do contrário.
Tudo que é valido para o tempo de guerra em que todo o homem é inimigo de outro, o mesmo é válido também para o tempo durante o qual os homens vivem sem outra segurança senão a que lhes pode ser oferecida pela sua própria força e pela sua própria invenção.
Numa tal situação não há lugar para a indústria, pois o seu fruto é incerto consequentemente não há cultivo da terra, nem navegação, nem uso de mercadorias que podem ser importadas pelo mar, não há construções confortáveis nem instrumentos para mover e remover as coisas que precisam de grande força, não há conhecimento da face da terra, nem computo do tempo nem artes, nem letras, não há sociedade e o pior de que tudo, um perigo e temor constante de morte violenta. E a vida do homem é solitária, pobre, sórdida, selvagem e curta.
Entretanto, os desejos e outras paixões do homem não são em si mesmos um pecado. Nem tão pouco, o são as acções que derivam dessas paixões, até ao momento em que se tome conhecimento de uma lei que as proíba, o que será impossível até ao momento em que sejam feitas as leis, e nenhuma lei pode ser feita antes de se ter concordado quanto à pessoa que a deverá fazer.
As noções do bem e do mal, de justiça e de injustiça aí não tem lugar. Onde não há poder comum, não lei nem injustiça. Não há propriedade, nem domínio, nem distinção entre o meu e o teu, só pertence a cada homem, aquilo que ele é capaz de conseguir e enquanto for capaz de conservar.
As paixões que fazem os homens tender para a paz são o medo da morte, o desejo daquelas coisas que são necessárias para uma vida confortável e a esperança de as conseguir através de trabalho. E a razão sugere adequadas normas de paz em torno das quais os homens podem chegar a acordo. Essas normas são aquelas a que por outro lado se chamam leis da natureza. Lei da natureza é segundo Hobbes, um preceito ou regra geral estabelecida pela razão mediante o qual se proíbe a um homem fazer tudo o que possa destruir a sua vida ou privá-la dos meios necessários para conservar ou omitir aquilo que pense melhor contribuir para preservar.
Das causas, geração e definição de um Estado
O fim último, causa final e desígnio dos homens ao introduzirem aquela restrição sobre si mesmos, sob a qual os vemos viver em Estado, é o cuidado com a sua própria conservação e com uma vida mais satisfatória. Ou seja, o desejo de sair daquela condição de guerra que é consequência necessária das paixões naturais dos homens quando não há um poder visível capaz de os manter em respeito, forçando-os por meio de castigo ao cumprimento do seu pacto ao respeito daquelas leis da natureza. Os homens estão constantemente envolvidos numa competição pela honra e pela dignidade. E por isso que surgem entre os homens a inveja e o ódio e finalmente a guerra. O homem só encontra felicidade na comparação com os outros homens e só pode tirar prazer do que é eminente. Os homens são em grande número os que se julgam mais sábios e capacitados do que os outros para o exercício do poder público. E se esforçam por empreender, reforçar inovações uns de uma maneira e outros de outra, acabando assim por levar o país a desordem e a guerra civil.
O acordo vigente entre os homens surge apenas de um pacto que é artificial. Portanto, não é de admitir que seja necessária alguma coisa mais além de um pacto para tornar constante e duradouro o seu acordo, isto é, um poder comum que os mantenha em respeito e que dirija as suas acções no sentido de benefício comum. E esse pacto é efectuado por meio de um contracto, que de acordo com Thomas, é a transferência mútua de direitos. E aquele que transfere qualquer direito, transfere também os meios de gozar, na medida em que tal esteja em seu poder. Portanto, aqueles que dão a um homem o direito de governar soberanamente, se entende que lhe dão também o direito de recolher impostos para os seus soldados e de designar magistrados para a administração da justiça.
Geração de um Estado
A única maneira de instituir um tal poder comum capaz de os defender das invasões dos estrangeiros e das injúrias uns dos outros, garantindo-lhes assim uma segurança suficiente para que mediante o seu próprio saber e graças aos frutos da terra, possam alimentar-se e viver satisfeitos, é conferir toda a sua força e poder a um homem ou uma assembleia de homens que possa reduzir as diversas vontades por pluralidade de votos a uma só vontade. O que equivale dizer: designar um Homem ou assembleia de homens como representante de suas pessoas. O poder político é o meio necessário para alcançar a paz. Para Hobbes, o Estado é uma pessoa cujos actos, uma grande multidão mediante pactos recíprocos uns com outros foi instituída por cada um como autor, de modo a ele poder usar a força e os recursos de todos da maneira que considerar conveniente para assegurar a paz e a defesa comum. E o portador dessa pessoa chama-se soberano e dele se diz que possui poder soberano. E todos restantes são súbditos.
Por fim, Thomas Hobbes considera a existência de três formas de governo, nomeadamente: Monarquia, quando o representante é um só homem; Democracia ou governo popular quando representado por uma assembleia; e Aristocracia quando é dirigido por um grupo ou parte da assembleia.
Entretanto, governos como Tirania, Oligarquia não se tratam de outras formas de governo, mas das mesmas acima mencionadas, quando são detestadas. Ou seja, os que estão descontentes com a Monarquia chamam-lhe Tirania e aqueles a quem desagrada uma Aristocracia chamam-lhe de Oligarquia, do mesmo modo os que sentem prejudicados por Democracia chamam-lhe Anarquia. A diferença entre essas espécies de governo não reside numa diferença de poder, porém numa diferença de conveniência, isto é, a capacidade de garantir a paz e a segurança do povo, fim último para o qual foram instituídos.

Reflexão
Sem dúvida alguma, o pensamento de Hobbes, faz uma profunda Revolução teórica do Estado, criando uma tipologia estatal que permanece até hoje. Evidentemente que algumas sociedades do presente, sobretudo africanas como a moçambicana, não assimilaram parte das suas concepções. Para Hobbes, o Homem não participa na construção do Estado, apenas cumpre. No entanto, na sociedade moçambicana, o indivíduo é cidadão e ao mesmo tempo fiscalizador do próprio Estado. É comum ouvir no panorama social moçambicano, cidadãos tentando fazer trabalho do Tribunal Administrativo, instituição vocacionada a fiscalização das contas do Estado.
Um outro aspecto que me chama atenção neste sábio pensamento de Thomas Hobbes, é o estado de natureza do homem, quando este vive sem um poder comum e superior. Será que a instituição e existência deste poder nas sociedades actuais, conseguiu suprir a natureza egoísta e egocêntrica do Homem? Penso que não. Não haverá uma necessidade de se rever a actual instituição do poder particularmente nos países africanos? As evidências revelam que por um lado, os próprios decisores democraticamente eleitos, conduzidos por este espírito egoísta, usam e abusam do poder comum, para acumular riquezas pessoais e beneficiar seus familiares e por outro, o cidadão comum vive um ambiente social tenso, inseguro e incerto a tudo e de todos. Sendo a vida cíclica, nãos estaremos neste momento a viver um estado de natureza? Talvez mais sofisticado, pois temos leis, poder democraticamente eleito, instituições, contudo, nada disto funciona perfeitamente ou para os propósitos aos quais foi criado.   

“Palavras ditas, não são necessariamente verdades, não deixam de ser opiniões”  

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Oh meu Senhor!


No meio de toda incerteza que me assola, nem sei por onde começar, apenas tenho certeza de que contigo quero me encontrar e me redimir. Talvez por pedir perdão dos meus pecados, que apesar do seu extenso volume, ainda me deixam com forças e ousadia de lutar para me juntar ao teu rebanho. Sei que não mereço e muito menos o estado egoísta e pouco saudável do mundo, é justificativa dos meus fracassos, pois o caminho da verdade e da vida, a minha disposição se encontra e sempre esteve.
No entanto, por muito e muito tempo e por diversas vezes, deixei me levar pelos caminhos do Homem terreno, cegando meus olhos e cobrindo meus ouvidos com fantasias humanas, ao invés da sua sagrada palavra.
Por várias vezes ouvi teu chamamento, sendo que nalguns momentos sem perceber cantava, aclamando tua presença, contudo, não tive força suficiente para carregar a tua cruz até ao fim. Por conta do meu egoísmo  cheguei a sobrepor os meus interesses sobre os teus, implorando que satisfizesses os meus desejos, ao invés da satisfação da tua vontade.
Entretanto, diante de ti senhor, reconheço todos meus erros e fraquezas que não me dão orgulho de ser teu seguidor. Não peço necessariamente que me perdoe, mas sim que me ajude a te encontrar dentro de mim, para que na tua sagrada companhia possa manter viva e acesa a minha fé. Aceito sentir falta de tudo nesta vida, mas nunca de ti, aliás tudo na terra é passageiro, pelo que, a qualquer momento perdemos tudo quanto amamos.
Não prometo ser perfeito, porém, seguir te carregando a minha cruz, amando ao próximo como a mim mesmo, tal como aos Homens ensinastes. Se ainda tiveres alguns segundos para mim, gostaria pedir por todos meus entes queridos e amigos que daqui partiram, para que o senhor os acolha e os perdoe pelos seus erros cá na terra, para que junto de ti tenham uma vida eterna. E ao mundo inteiro, peço apenas para que a sua voz da PAZ, não seja apenas o calar das armas, mas acima de tudo, harmonia, respeito, tranquilidade, perdão, enfim, muito e eterno AMOR entre todos os homens. Até sempre meu Cristo Salvador!   

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

“Hip Hop Jazz” da autoria de Maxtungo Poeta


“Hip Hop Jazz” é o título da nova música do rapper moçambicano Maxtungo poeta, que faz parte do seu single que deverá sair ainda este ano. A semelhança do single, o rapper e poeta Maxtungo, tem agendado para 17 de Novembro (sábado), no Centro Cultural Brasil -  Moçambique, o lançamento do seu primeiro livro intitulado “Fotografias do Tempo”.
A obra que está sendo produzida pela Editora Litera Cartão, por meio de material reciclado, é parte de um projecto inovador na produção de obras literárias que teve o seu início na Argélia, como forma de garantir a publicação e divulgação de escritores emergentes e com limitações financeiras.
De acordo com o Maxtungo Poeta, “ fotografias do tempo”, é um conjunto de poesias que constituem uma auto-reflexão num determinado momento, apresentada através de histórias fotografadas. Baixe “Hip Hop Jazz de Maxtungo Poeta  aqui:

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Combater a corrupção é responsabilidade de todos…


De acordo com Ana Maria Gemo, Directora do Gabinete Central de Combate a Corrupção (GCCC), o combate a corrupção é responsabilidade não apenas do Estado, mas do povo moçambicano nos mais diversificados níveis, e portanto, todos são chamados a se empenhar na luta contra esta “doença” que constitui um dos grandes obstáculos do desenvolvimento do país. Gemo, falava na cerimónia de abertura de uma formação em matérias de conhecimento jurídico sobre o combate da corrupção, realizada quinta-feira passada (18/11/2012), nas instalações do GCCC, em Maputo. 
Tida como um fenómeno complexo social, político e económico que afecta todos os países do mundo, a corrupção pode ser entendida como o uso do poder para obtenção de vantagens e fazer uso de dinheiro público para alcançar interesses próprios, de um amigo, da família ou integrante. A sua prática em Moçambique, ganhou nos últimos anos níveis alarmantes, tendo não só contribuído para bloquear o desenvolvimento económico, mas também para anarquia e instabilidade que caracterizam as instituições moçambicanas. Na sequência das suas desvantagens dentre as quais, destaca-se a crescente redução do investimento externo, o Estado moçambicano através do art. 19 da lei 6/2004, criou o Gabinete Central de Combate a Corrupção, como órgão da Procuradoria-Geral da República, especializado na prevenção e combate aos crimes de corrupção.
E entre as acções do GCCC, encontram-se actividades preventivas nomeadamente: realização de palestras, produção de spots publicitários, programas radiofónicos e televisivos, concurso de redução sobre corrupção para estudantes panfletos e formações de curta duração, a exemplo desta que era destinada especificamente aos membros da Associação dos Estuantes Finalistas Universitários de Moçambique (AEFUM), cujo objectivo é de garantir a réplica das matérias leccionadas a nível dos distritos através do Projecto Ferias Desenvolvendo o Distrito (PFDD).
Foram matérias de debate, questões relacionadas com a estrutura e funcionamento do GCCC, conceito e efeitos da Corrupção, mecanismos de apresentação de denúncias e protecção dos denunciantes, instrumentos internacionais para a prevenção e combate a corrupção, entre outras.
Entretanto, dado que a existência do corrupto implica necessariamente existência do corruptor, a promoção da cultura de integridade e transparência nas instituições, não é tarefa exclusiva do Estado, muito menos do GCCC, mas sim de todos moçambicanos, aliás, segundo Tássia Simões, uma das magistradas formadoras, “Combater a Corrupção é um acto de cidadania e de responsabilidade cívica.”

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Guebuzismo! (II)


“As redes sociais são para os jovens fábricas de sonhos inalcançáveis…”

Considero-me suspeito para rabiscar qualquer que seja a coisa direccionada ao nosso excelentíssimo presidente, mesmo sabendo que ele nunca vai ler. O facto é que sempre o admirei, sobretudo como empresário, aliás, sonho um dia também sê-lo, pelo que o seu blogue pessoal faz parte dos meus favoritos. Contudo, a leitura dos seus discursos, começou a ganhar desprazer nos últimos anos, especificamente quando ele teria afirmado numa das suas intervenções que as redes sociais são para os jovens fábricas de sonhos inalcançáveis e de infinitas miragens e expectativas, podendo levar a secundarização da cultura de trabalho, promovendo assim o espírito de mão estendida. Curiosamente, mesmo desapontado com o discurso, não me surpreendi, dado que teria acompanhado antes, afirmações do presidente com características semelhantes, mas que na altura não vi mal nenhum neles, tendo me esforçado em percebe-los.
De acordo com o site ABRN-Nacional, uma rede social é um grupo de interesses que se articulam ao redor de um espaço e contribuem para a criação e difusão de conhecimento. Dentre as várias redes sociais existentes mundialmente, destaca-se o Facebook.
O Facebook é segundo o wikipedia, um site e serviço de rede social, lançado em 2004, operado e de propriedade privada. Tido como a maior rede social do mundo, o Facebook conta com cerca de 1 Bilhão de usuários activos, estimando-se que diariamente haja registo de 316.455 novos cadastros. Dados divulgados em 2006, indicavam que esta rede social gerava receitas cujas cotas seriam de mais de 1,5 milhão de dólares por semana, provenientes de publicidade e anúncios diversos. E conforme faz referência o Teknologic, um estagiário na empresa desta rede social, ganha pelo menos cinco mil dólares (cerca de140 mil meticais) por mês.
Existe alguma empresa em Moçambique que paga ao menos ¼ desse valor aos estagiários? Duvido, alias, as empresas neste país nem ser quer aceitam estagiários. Estranho não é! Como diz o sociólogo Elísio Macamo, “estamos entregues”.
Entretanto, um dos temas com maior relevância nos discursos políticos em Moçambique, é o insistente apelo ao empreendedorismo, como forma de fazer face ao crescente desemprego que assola não só o nosso país, mas o mundo inteiro.
Para além das vantagens e multifunções que as redes sociais oferecem, pessoalmente penso que elas constituem uma prova clara do empreendedorismo. Contudo, me espanto quando um dirigente na qualidade de presidente de um país apologista deste mesmo empreendedorismo, declara guerra contra o uso da criatividade e do saber pensar bem e diferente. De que empreendedorismo ele estará se referindo?
O Facebook em particular, é uma daquelas coisas que considero ligadas e próprias da modernidade, do mundo do saber inovar, de tal forma que os seus benefícios reflectem a forma como as pessoas fazem o seu uso. Naturalmente, a semelhança do que se passou com o Fundo do Desenvolvimento Distrital, onde alguns administradores por desconhecimento (não sei), teriam usado o dinheiro para reabilitar suas casas e adquirir viaturas novas e outros bens, as redes sociais também não estão isentas de maus usos, até muito ainda piores, sobretudo por se tratar de coisas ligadas a criatividade pessoal, registando por isso muitas futilidades, inclusive perfis falsos usados para práticas criminosas.
No caso particular de Moçambique, o mau uso que se verifica nestas redes sociais, arisco a dizer que é por falta de domínio e de conhecimento sobre as mesmas, pelo que, as pessoas estão  apenas para “o inglês ver”, razão pela qual até o portal do nosso governo tem Twitter e Facebook, porém, para minha surpresa, não faz uso deles. Será pelo facto de Guebuza odiar redes sociais? Se sim, porque lá estão?
Hoje em dia, as redes sociais para além de constituírem uma plataforma para o exercício da criatividade e de alargamento do nosso panorama de conhecimento e informação, elas têm servido como um elemento importante para aprimorar as democracias modernas, acrescendo sobretudo a participação política dos cidadãos na esfera pública. Lembro-me de que a morte do presidente do Malawi, Bingu wa Mutharika, ocorrida no dia no dia 5 de Abril de 2011, teria sido anunciada via Twitter. E recentemente acompanhei na Rádio e Televisão de Portugal (RTP) que o presidente de um dos municípios em Portugal teria criado uma página no Facebook, com vista a garantir maior diálogo com os seus munícipes.
Achei esta iniciativa super fantástica, e portanto devia servir de exemplo aos nossos dirigentes, que podia por um lado revelar a importância destas redes, e por outro, contribuir para desburocratização nas nossas instituições, particularmente no que diz respeito as famosas audiências com os dirigentes políticos (servidores do povo).  
Portanto, é necessário que os dirigentes moçambicanos entendam que as redes sociais são um fenómeno inevitável, constituindo por isso, elementos próprios da evolução das sociedades, sendo que negar o seu uso por parte da juventude implica bloquear a sua evolução  particularmente no estado actual de globalização, com o mundo conectando-se de forma muito rápida, onde apenas os mais equipados de conhecimento e informação dominam e progridem. Ao invés reprimirmos as redes sociais, devemos apadrinha-las procurando nos apropriar delas, para que possamos nos beneficiar delas contribuindo para o nosso próprio desenvolvimento.   

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Vovó Maria respira de alívio: o filho voltou, mas doente! (capitulo II)


Dando continuidade ao primeiro capítulo que relata a vida de uma pobre velha que recebe seu filho de volta depois de 25 anos a viver na África do sul, publicado em Setembro de 2011.
Após o momento pouco agradável entre os dois pelas angústias que teriam tomado suas almas, vovó Maria viria a desfrutar de um certo sossego e alegria, na medida em que o perigo que ameaçava a vida do filho, parecia o ter marcado distância, razão suficiente para dizer que “só mesmo Deus sabe quando e onde paramos de viver”.     
A saúde do filho da pobre velha registava melhorias. Para vovó Maria, era como se nada tivesse acontecido no passado, orgulhava-se de vê-lo reencontrar a família e fazer novas amizades na zona, com as quais partilhava não só as memórias da terra do rand, mas também a sua vida em Moçambique antes da ida a terra do "cunhado Mandela". Vovó Maria aproveitou o momento para fazer parte da vida do filho que por 25 anos lhe criara muito sofrimento e desgosto, contudo, tinha acabado, pois podia abraça-lo sempre que pudesse e mesmo com idade muito avançada, ainda prestava-lhe pequenos serviços domésticos, cozinhando, lavando sua roupa, entre outros.  
Os dias foram passando, e naturalmente a saúde do filho da vovó registava algumas crises, mas ainda dava para aguentar, até porque, ele próprio sonhava com dias melhores tencionado começar tudo de novo. E dada a ansiedade de dar a volta por cima, o filho da vovó, não perdeu a oportunidade de fazer parte de um culto religioso denominado Dia D (Dia de Decisão) realizado pela Igreja Universal do Reino de Deus, no dia 26 de Setembro de 2011, cujo objectivo era de libertar as pessoas de males espirituais. Diante da profunda angústia que lhe sufocava o peito, o filho da vovó Maria, se fez presente ao famoso culto na esperança de obter saúde plena e paz consigo mesmo.
Não se sabe ao certo o que teria sucedido nos dias que se seguiram, mas suponho eu, que tenha sido desespero demais. A relação entre vovó Maria e seu filho, teria mergulhado numa crise caracterizada por acusações mútuas entre as partes, e surpreendentemente mesmo com a saúde que dava um rumo esperançoso, o filho da vovó Maria meteu-se no álcool. (cont.)

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Rescaldo do meu final de semana


O final de semana começou com uma viagem a Inhambane, concretamente na sexta-feira, dia 12 de Outubro, por sinal dia dos professores, pelo que mesmo de forma atrasada, felicito a todos estes ilustres profissionais, que incansavelmente e no meio de todas as dificuldades mantém firme esta magnífica missão de ensinar e educar.
A viagem era de facto longa, cerca de 450 quilómetros para o meu destino, contudo, corria tudo bem, apesar da chuva que ameaçava descarregar logo pela manhã, na província de Maputo com sinais de se prolongar até a vizinha província de Gaza. No meio da maravilhosa paisagem que alinda a estrada N1 e de todas surpresas durante o percurso, uma coisa chamou a minha atenção. Havia um número significativo de automóveis avariados ao longo da via, com maior destaque para camiões de cargas.
Este facto, era um denominador comum de tudo que foi acontecendo durante a viagem. Entretanto, aparentemente insignificante, este fenómeno caracterizado por constantes avarias de automóveis ao longo das vias públicas, constitui um grande perigo, pelo que, merece toda atenção por parte das autoridades de direito, como por cá se diz em forma de responsabilização, por um lado, porque, as viaturas avariadas, tem criado constrangimentos aos outros automobilistas, pois, parte delas param em locais não apropriados dificultando a transitabilidade normal dos outros que se fazem as estradas, e por outro, levanta algumas questões sobre a inspecção obrigatória de veículos, deixando portanto, dúvidas deste processo e do funcionamento das instituições responsáveis para o efeito.
Mais do que evidente, grosso número das viaturas que circulam nas nossas estradas não apresentam condições mecânicas para uma circulação normal e segura, o que tem criado em parte essas constantes avarias e também acidentes de viação que são uma das principais causas de morte em Moçambique. Sem muitas dúvidas, este é mais um sintoma da fragilidade que caracteriza as nossas instituições.
Após sexta-feira da longa viagem, restava-me o dia de sábado que seria consumido pela enorme ansiedade do jogo entre a selecção nacional de Futebol (os mambas), contra a sua congénere de Marrocos a contar para apuramento ao CAN 2013, a se realizar na vizinha África do Sul. Moçambique partia para este jogo com uma vantagem de dois golos sobre o seu adversário, conseguida no estádio da Machava em Maputo.
No entanto, a noite de tanta ansiedade viria a ser decepcionante não só para mim, mas também para milhares de moçambicanos que carregavam consigo uma esperança de uma qualificação dos manbas ao CAN, após uma pobre exibição do combinado nacional tendo sido goleado por quatro bolas a zero.  
E sobre esta humilhante derrota, vários são os comentários e observações da prestação da selecção nacional. Entretanto, por mais incrível que pareça, eu pessoalmente achei justo o resultado. Primeiro, olhando para a exibição das duas colectividades durante o jogo, e segundo tendo em consideração a estrutura e constituição destas selecções. Não sei ao certo como vai o desporto em Marrocos, no entanto, sobre Moçambique, não tenho dúvidas que algo não corre bem, não só a nível do futebol, mas no desporto a todos níveis, e a recente mudança do ministro deste pelouro pode ser justificativa.
Naturalmente, se a selecção moçambicana tivesse se qualificado ao CAN, seria uma grande alegria para este povo que tanto precisa, porém, não me restam dúvidas de que mesmo no próprio campeonato africano, não iríamos longe, pelo que nos orgulharíamos apenas pela participação e não por uma prestação competitiva e qualitativa. Penso eu, que falta muita responsabilidade e acima de tudo, profissionalismo nas instituições ligadas ao desporto em Moçambique.
Tal como sistema como um todo, sofremos de imediatismo, “gostamos de dar passos maiores que as nossas próprias pernas”, “fazemos apenas porque os outros fazem”, “só para que os outros possam ver”. A semelhança dos outros sectores, o desporto deve ser repensado e posteriormente reestruturado, e sobretudo dirigido por gente competente e com maior conhecimento sobre a área, pois, caso contrário, continuaremos com selecções ficando pelo caminho nas competições, ausência em campeonatos por falta de voos, participações sem qualidade, entre outras vergonhas que assolam o nosso desporto.
Bem! Com esse, pequeno comentário, termina rescaldo do meu final de semana. Na esperança de terem também desfrutado um óptimo final de semana, a todos faço votos de uma semana feliz e de sucessos. Abraços

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Guebuzismo! (I)


De acordo com a Constituição da República, Moçambique é um país democrático baseado num sistema político multipartidário. Segundo Schumpeter (1942), um sistema político é democrático na medida em que nele seus principais tomadores de decisões colectivas sejam seleccionados através eleições periódicas, honestas e imparciais em que os candidatos concorram livremente com os votos e em que virtualmente toda população adulta tenha direito de voto. E para Huntington (1994) citando Dahl, democracia assim definida envolve Contestação e Participação, pelo que os direitos devem estar efectivamente à disposição dos cidadãos, sendo que, se isso não acontecer logo o sistema político não será democrático.
Ao intitular este artigo de “Guebuzismo”, de certeza que qualquer “moçambicano” ao ler engole a seco, tal como dizem os romancistas. As razões para isso, não faltam. Uma delas sem dúvida, o medo que abala profundamente os moçambicanos. Vivemos na realidade, numa Paz aparente, mesmo após 20 anos do término da Guerra.
Entretanto, a comunidade moçambicana não age de tal forma por mera vontade própria, mas sim por que o sistema assim manda. O ambiente é de plena violência política, onde nem se pode apontar o dedo aos dirigentes políticos (servidores do povo), mesmos quando estes são culpados. O medo que molda o comportamento dos moçambicanos é ainda acrescido, pela endémica alergia à críticas que caracteriza os políticos deste país.
O receio de se expressar, não está apenas com o cidadão comum, mas também com os meios de comunicação, alguns dos quais quase que “partidarizados”, pelo que notícia polémica nos midias nacionais, apenas diz respeito ao crime ou à oposição, mas nunca sobre figuras do Estado.
De acordo com o Notícias, o governador de Inhambane, Agostinho Trinta não fez parte da comissão que se deslocou recentemente para China, com o intuito de renegociar o projecto da ponte que irá ligar as cidades Maxixe – Inhambane, por que tinha que a acompanhar a primeira-dama na visita que esta fizera à província. Sendo este projecto da ponte, um investimento de grande envergadura, a presença do governador na negociação, suponho eu, que seja de extrema importância, pelo que podia se delegar uma outra figura a nível da província para acompanhar a visita da esposa do presidente Guebuza. Facto curioso nisto, é que para além desta cena não ter virado notícia tal como sucedeu quando o presidente da RENAMO Afonso Dlhakama, “abandonou” a sua família em Maputo para se instalar em Nampula, o próprio Notícias não questionou, apenas informou.
Agora me digam: entre acompanhar visita da primeira-dama que visava pedir maior responsabilidade aos pais perante ao HIV/SIDA e encabeçar uma comissão com vista a atrair um investimento de tão grande dimensão que é a construção de uma Ponte poderá ligar  duas cidades separadas por mar, numa distância de cerca de três milhas, o que era/é prioritário?  
Ao sublinhar aspectos como Participação e Contestação no conceito da democracia, tenciono mostrar o quão esvaziada e pobre anda a nossa democracia. Se considero o regime vigente em Moçambique como democrático, é pela “moçambicanização” de coisas que nos caracteriza. Repare que durante um jogo de futebol do campeonato nacional “moçambola”, envolvendo o clube Costa de Sol da capital e o Incomati de Xinavane, um dos jogadores desta última colectividade não trazia caneleiras, e na sequência disso, o técnico do Costa do sol teria solicitado ao árbitro do jogo para que sancionasse o jogador em causa, como mandam as regras da FIFA, ao que o árbitro da partida respondeu: “senhor treinador, isto é Moçambique”.
Mais do que ridículo, isto é bastante lastimável. Contudo, perde o seu teor ridículo, dado que nem se quer piada é, aliás, de acordo com Thomas Hobbes, só há noção de justo e injusto onde existe legalidade.
Por conta desta “moçambicanização” sou forçado a aceitar que existem partidos políticos em Moçambique. Mas será que estas dezenas colectividades políticas são realmente partidos políticos?
Um partido político pode ser entendido como uma organização de parte ou parcela do povo, seguindo os mesmos ideais políticos, com objectivo de desenvolver uma acção comum voltada ao exercício dos negócios do Governo. E segundo Huntington, os partidos desempenham funções essenciais em matéria de ordenação do sistema político. Eles fornecem a ordem e a estabilidade na sociedade, e servem para estruturar o processo político e garantir a participação dos cidadãos nesse processo é ordenado.
Em Moçambique, a maioria esmagadora dos partidos, para além de desestruturados, servem apenas para animar o panorama político nacional com contra ditos e acções “lambebotistas”, e os menos desorganizados por sinal com maior aceitação no seio dos moçambicanos, dedicam-se entre outras actividades pouco comuns, a de despachantes aduaneiros, importando viaturas de luxo para posteriormente revenda, já que estão isentos de pagamentos.
Naturalmente, os exemplos e os aspectos acima descritos dizem respeito ao sistema político como um todo, e não necessariamente ao título deste artigo.
“Guebuzismo” é sim uma série de questões, inquietações, observações e opiniões que pretendo levantar neste espaço nos próximos dias, sobre a actual forma de governação. E neste conjunto questões, algumas serão mais directas sobretudo, aos discursos de Armando Guebuza e outras, sobre o funcionamento das instituições moçambicanas.
Não pretendo com isto culpar ninguém pelo estado pouco saudável do nosso sistema político, mas apenas, exercer o meu direito democrático de questionar e contestar quando for necessário, pois, mesmo dentro de toda mediocridade ainda resta um espaço para o exercício da cidadania, até porque a minha formação me legitima para tal. Até breve!