Empreendedorismo & Activismo Social

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Rescaldo do meu final de semana


O final de semana começou com uma viagem a Inhambane, concretamente na sexta-feira, dia 12 de Outubro, por sinal dia dos professores, pelo que mesmo de forma atrasada, felicito a todos estes ilustres profissionais, que incansavelmente e no meio de todas as dificuldades mantém firme esta magnífica missão de ensinar e educar.
A viagem era de facto longa, cerca de 450 quilómetros para o meu destino, contudo, corria tudo bem, apesar da chuva que ameaçava descarregar logo pela manhã, na província de Maputo com sinais de se prolongar até a vizinha província de Gaza. No meio da maravilhosa paisagem que alinda a estrada N1 e de todas surpresas durante o percurso, uma coisa chamou a minha atenção. Havia um número significativo de automóveis avariados ao longo da via, com maior destaque para camiões de cargas.
Este facto, era um denominador comum de tudo que foi acontecendo durante a viagem. Entretanto, aparentemente insignificante, este fenómeno caracterizado por constantes avarias de automóveis ao longo das vias públicas, constitui um grande perigo, pelo que, merece toda atenção por parte das autoridades de direito, como por cá se diz em forma de responsabilização, por um lado, porque, as viaturas avariadas, tem criado constrangimentos aos outros automobilistas, pois, parte delas param em locais não apropriados dificultando a transitabilidade normal dos outros que se fazem as estradas, e por outro, levanta algumas questões sobre a inspecção obrigatória de veículos, deixando portanto, dúvidas deste processo e do funcionamento das instituições responsáveis para o efeito.
Mais do que evidente, grosso número das viaturas que circulam nas nossas estradas não apresentam condições mecânicas para uma circulação normal e segura, o que tem criado em parte essas constantes avarias e também acidentes de viação que são uma das principais causas de morte em Moçambique. Sem muitas dúvidas, este é mais um sintoma da fragilidade que caracteriza as nossas instituições.
Após sexta-feira da longa viagem, restava-me o dia de sábado que seria consumido pela enorme ansiedade do jogo entre a selecção nacional de Futebol (os mambas), contra a sua congénere de Marrocos a contar para apuramento ao CAN 2013, a se realizar na vizinha África do Sul. Moçambique partia para este jogo com uma vantagem de dois golos sobre o seu adversário, conseguida no estádio da Machava em Maputo.
No entanto, a noite de tanta ansiedade viria a ser decepcionante não só para mim, mas também para milhares de moçambicanos que carregavam consigo uma esperança de uma qualificação dos manbas ao CAN, após uma pobre exibição do combinado nacional tendo sido goleado por quatro bolas a zero.  
E sobre esta humilhante derrota, vários são os comentários e observações da prestação da selecção nacional. Entretanto, por mais incrível que pareça, eu pessoalmente achei justo o resultado. Primeiro, olhando para a exibição das duas colectividades durante o jogo, e segundo tendo em consideração a estrutura e constituição destas selecções. Não sei ao certo como vai o desporto em Marrocos, no entanto, sobre Moçambique, não tenho dúvidas que algo não corre bem, não só a nível do futebol, mas no desporto a todos níveis, e a recente mudança do ministro deste pelouro pode ser justificativa.
Naturalmente, se a selecção moçambicana tivesse se qualificado ao CAN, seria uma grande alegria para este povo que tanto precisa, porém, não me restam dúvidas de que mesmo no próprio campeonato africano, não iríamos longe, pelo que nos orgulharíamos apenas pela participação e não por uma prestação competitiva e qualitativa. Penso eu, que falta muita responsabilidade e acima de tudo, profissionalismo nas instituições ligadas ao desporto em Moçambique.
Tal como sistema como um todo, sofremos de imediatismo, “gostamos de dar passos maiores que as nossas próprias pernas”, “fazemos apenas porque os outros fazem”, “só para que os outros possam ver”. A semelhança dos outros sectores, o desporto deve ser repensado e posteriormente reestruturado, e sobretudo dirigido por gente competente e com maior conhecimento sobre a área, pois, caso contrário, continuaremos com selecções ficando pelo caminho nas competições, ausência em campeonatos por falta de voos, participações sem qualidade, entre outras vergonhas que assolam o nosso desporto.
Bem! Com esse, pequeno comentário, termina rescaldo do meu final de semana. Na esperança de terem também desfrutado um óptimo final de semana, a todos faço votos de uma semana feliz e de sucessos. Abraços