Empreendedorismo & Activismo Social

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Partido de Bingu Wa Mutharika, eminente à desagregação!


De acordo com o site Comunidade Moçambicana, o Partido Democrático Progressista (DPP), do falecido presidente Bingu wa Mutharika, que perdeu a vida no passado dia cinco de Abril, do ano em curso, está em eminência de desaparecer do cenário político malawiano. Tudo indica que, já antes do funeral do seu dirigente, milhares de membros do DPP, entre ministros e deputados, já estavam a abandonar em massa esta organização política para se juntar ao Partido Popular da Presidente Joyce Banda (actual presidente do Malawi).
Um dos sinais do desaparecimento do partido, foi a presença de apenas vinte e sete dos cento e nove deputados do DPP no Parlamento, numa reunião realizada em casa de Peter Mutharika (irmão de Bingu wa Mutharika e actual dirigente do partido) em Lilongwe para analisar o futuro do partido, na sequência da morte do seu fundador.
Mas, quais serão os reais factores da não continuidade do DPP? Afinal de contas é um partido político, conceitualmente, entendido como uma organização de parte ou parcela do povo, seguindo os mesmos ideais políticos, com objectivo de desenvolver uma acção comum voltada ao exercício dos negócios do Governo.
A resposta para a pergunta acima, encontra-se na forma como os partidos políticos surgiram em quase todos países africanos.
Segundo Maurice Duverger, os partidos políticos nasceram e se desenvolveram ao mesmo tempo que os processos eleitorais e parlamentares. Apareceram primeiramente sob a forma de comités eleitorais, encarregados não só de dar ao candidato o patrocínio de notabilidades, como de reunir os fundos necessários à campanha. Historicamente, os partidos políticos começaram a surgir na Inglaterra, no século XVI, como centros de polarização de forças, e só no século XVII se
definem precisamente. Surgiram estes decorrentes da busca de modo de aprimoramento da democracia representativa, principalmente de aumentar o grau de democracia no sistema.
E para Carrie maning, diferentemente do Ocidente em que os partidos foram subprodutos da Revolução Industrial e da mobilização social e política de atendimento, reflectindo as clivagens sociais geradas por essa mobilização, (o impulso veio de baixo para cima, as organizações partidárias são dispositivos de concentração e transmissão de demandas da sociedade), em África, os sistemas partidários (conjunto de partidos que interagem e competem por um determinado eleitorado), são construídos sobre uma base completamente diferente. Os partidos em África, surgiram em grande parte em resposta à política, ao invés de mudança socioeconómica, surgiram de repente e não são organicamente ligados a qualquer grupo social organizado e especial, e por isso muitas vezes recorreram a mobilização de pessoas por questões étnicas ou por oposição à reforma económica estrutural. E isto contribuiu significativamente para o surgimento de sistemas de partido único, (o que caracterizou maior parte dos Estados africanos após as suas independências), de partido dominante (o que caracteriza hoje muitos países da África Austral incluindo Moçambique) e também a proliferação de pequenos partidos e fracos, geralmente, em torno de uma figura bem conhecida do público mas desprovido de extensão e estrutura organizacional, e o exemplo disto é do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), cuja imagem e sustento capital político é o respectivo presidente, Davis Simango.
Para além da falta de uma base sólida enraizada nas massas, por um lado, os partidos políticos de África, carecem de conteúdo pragmático, ou seja a existência de programas que abranjam as principais questões políticas do país, e por outro, de uma esperança de vida política que seja superior à de seus dirigentes no poder, prova disto é o eminente desaparecimento do DPP de Mutharika, após a sua morte.
Pouco visível, é o não interesse pala busca pelo poder, no entanto, para minha, surpresa, a RENAMO, o maior partido de oposição em Moçambique, possui esta característica que se revela de eleição pôs eleição e em todas suas acções políticas.
Portanto, como se pode ver, poucos são os partidos em África que conseguiram instituir-se como tal, sendo que os poucos, são os denominados “libertadores”, exemplo da FRLIMO, que conquistou simpatia e uma base quase que sólida nas massas, devido em parte ao papel de partido libertador do jugo colonial, até porque para muitos moçambicanos, FRELIMO como partido e como governo é tudo mesma coisa, e também, por que dirige o país desde a independência e desde as primeiras eleições multipartidárias de 1994, tem conquistado crescentemente o campo político moçambicano, com vitorias consecutivas, e actualmente domina e controla todos sistemas administrativos, jurídicos, económico e político do país, o que não deixa dúvidas claras de que estamos hoje em Moçambique perante um partido dominante.


sexta-feira, 4 de maio de 2012

Gostaria de escrever um romance, mas todos romances tem sempre um final feliz!


Sou apaixonado por romances e por coincidência um dos meus maiores sonhos é deixar nas livrarias e bibliotecas do meu país e por que não do mundo inteiro, uma obra literária romântica, que retrate uma história de amor real por mim vivida. Contudo, obras românticas sejam elas literárias ou filmográficas, tem sempre um final feliz, o que não consta no pouco historial de amor da minha vida. Aliás, se fosse necessário enviar um curriculum vitae sobre a vida amorosa para ser autorizado a escrever o romance, com certeza seria excluído na selecção documental, pelo facto do meu só reflectir mágoas e episódios melancólicos, que sem dúvida alguma, ninguém ia querer ler, e como eu disse, todos romances tem sempre um final feliz, o que eu nunca vivi.
Eh… meu caro leitor que neste preciso momento deve estar a se rir de mim, claro, com toda razão do mundo, porém, esta é a minha realidade. Sem acompanhante faz um tempo, as vezes pelo hábito penso que sou um homem muito feliz, mas, também as vezes sinto me muito sozinho, que dá vontade de atacar qualquer uma, na primeira esquina. Hahahahahahahah! Entretanto, a vida me ensinou que as coisas não funcionam assim, tudo tem regra, destino e acima de tudo autoridade, o que nalgum momento me faz crer que amar ou ser amado por alguém, é uma arte, não se faz num piscar de olhos, muito menos em amores à primeira vista.
Cheguei a pensar em escrever um romance com historial fictício, pela crescente desconfiança da existência do amor, porém, para a minha infelicidade este fenómeno existe sim, e sei pelo menos que quer dizer, entendimento, respeito, intimidade, paixão, fidelidade, amizade, felicidade, prazer, companhia, sinceridade, entre duas pessoas, e sei ainda afirmar que em alguma parte isto existe, e se tu és um dos que partilha e vive este fenómeno, bem-haja, estás de parabéns, pois, este é o maior presente da vida humana.  
Durante a minha vida, apaixonei, e com todas elas senti algo diferente e especial, que não deixava dúvidas de que queria com cada uma ficar, dando tudo de mim. Entretanto, não consegui descobrir o caminho do coração de nenhuma delas, inclusive das que me deram chances reais para lhes provar o que sentia, foi tudo decepção + decepção = … (já imaginas!).
Por algum momento as coisas melhoraram, comecei a me sentir mais maduro no amor, mas a prova do contrário encontra-se num dos textos que escrevi que pode ser lido aqui
Sei que não sou perfeito (com 100% de certeza), assim como também estou consciente de que não existem princesas encantadas, nem pessoas certas as que idealizamos, mas parceiros felizes sei sim que existem e são tantos, porque sabem fazer as coisas com perfeição, e portanto, me odeio e me envergonho por não ser um deles.      
Espero francamente que isto não esteja se passando com mais ninguém neste planeta, dado que, por experiência própria não gostaria de sentir pena, nem prestar consolo a ninguém, pelo que também não peço ninguém que faça por mim, aliás, se cheguei a escrever, já não faz a mínima diferença, aguentei tantas e fortes críticas de amigos e próximos, que não deram em nada, e isto, é o que sou, um frac******. Às minhas assessoras, peço imensas desculpas pelo vosso tempo perdido, não foi desta, e apesar disso, agradeço pelos conselhos, que com certeza fazem diferença na minha vida, e espero um dia os aplicar de forma proveitosa, pois acredito nas palavras do saudoso rapper Notorious B.I.G, segundo as quais, nenhum sonho é grande demais, o céu é o limite.

terça-feira, 1 de maio de 2012

1º de Maio: um olhar sobre a situação actual do trabalhador moçambicano


Comemora-se hoje mundialmente, 1º de Maio, o dia trabalhador, 123 anos depois da indicação desta data. Segundo o site Expresso Emprego, esta efeméride, deve-se ao facto de no dia 1 de Maio de 1986, quinhentos mil trabalhadores terem saído às ruas de Chicago, nos Estados Unidos, em manifestação pacífica, exigindo a redução da jornada para oito horas de trabalho e na sequência disso, a polícia teria reprimido a manifestação, dispersando a concentração, depois de ferir e matar dezenas de operários. Entretanto, depois de sucessivas, em 1889, o Congresso Operário Internacional, reunido em Paris, decretou o 1º de Maio, como o Dia Internacional dos Trabalhadores.
Em Moçambique, de acordo com Wikipedia, durante o período colonial (até 1975), os moçambicanos estavam proibidos de celebrar o 1º de Maio em virtude da natureza repressiva do regime colonial português. No entanto, houve manifestações de trabalhadores moçambicanos, em particular em Lourenço Marques (actual Maputo), contra o modo de relações laborais existente naquele período e como resultado disso, após a Independência Nacional, o Dia do Trabalhador é celebrado anualmente, sendo que com o passar dos anos, com as reformas políticas, económicas e sociais que o país sofreu a partir de finais da década de 80, registou-se um crescimento do movimento sindical em Moçambique. A primeira instituição sindical no país foi a Organização dos Trabalhadores Moçambicanos (OTM), que veio depois a impulsionar o surgimento de novos movimentos sindicais, cada vez mais específicos de acordo com os sectores de actividade.
Mas será que os milhares de trabalhadores moçambicanos celebram condignamente esta data? A realidade do trabalhador manda me dizer que não! Prova disso são os salários auferidos pela maioria esmagadora da classe trabalhadora, onde o salário mínimo actual é de 2.300 meticais (cerca de 852 dólares ao cambio corrente), valor pago nos sectores da pecuária, caça, silvicultura e agricultura, este último sector, incrivelmente conhecido como a base do desenvolvimento do país.
Com o actual salário de muitos trabalhadores em Moçambique, não há dúvidas, de que a qualidade de vida para muitos tende a complicar-se, devido ao alto custo de vida, associado a importação de quase todos produtos básicos para satisfação das necessidades.
Para além desta questão dos baixos salários, temos o problema do não cumprimento dos direitos do trabalhador, seja pelo Estado, como também por parte de algumas entidades patronais. Hoje, durante os festejos desta efeméride, assistimos como é habitual a exibição de dísticos reflectindo o sentimento da classe trabalhadora, que se manifesta entre outros aspectos, pedindo melhores condições de trabalho. Contudo, após o 1º de Maio passar, a situação continua a mesma. O salário magro, jornadas de trabalho acima de 8 horas (particularmente no sector de segurança), indemnizações não pagas (caso dos antigos trabalhadores moçambicanos na ex - RDA), trabalhos sem contracto, violência, descriminação, etc. Mas, como por  se diz, “assim o país vai”.
Contudo, mesmo diante desta difícil situação, eu tenho esperança, mesmo no fim túnel, de um 1º de Maio, sem lamentações, nem desgostos, mas sim de muita festa e satisfação para todos trabalhadores do meu amado Moçambique.
Feliz dia do trabalhador a todos