Empreendedorismo & Activismo Social

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Oh meu Senhor!


No meio de toda incerteza que me assola, nem sei por onde começar, apenas tenho certeza de que contigo quero me encontrar e me redimir. Talvez por pedir perdão dos meus pecados, que apesar do seu extenso volume, ainda me deixam com forças e ousadia de lutar para me juntar ao teu rebanho. Sei que não mereço e muito menos o estado egoísta e pouco saudável do mundo, é justificativa dos meus fracassos, pois o caminho da verdade e da vida, a minha disposição se encontra e sempre esteve.
No entanto, por muito e muito tempo e por diversas vezes, deixei me levar pelos caminhos do Homem terreno, cegando meus olhos e cobrindo meus ouvidos com fantasias humanas, ao invés da sua sagrada palavra.
Por várias vezes ouvi teu chamamento, sendo que nalguns momentos sem perceber cantava, aclamando tua presença, contudo, não tive força suficiente para carregar a tua cruz até ao fim. Por conta do meu egoísmo  cheguei a sobrepor os meus interesses sobre os teus, implorando que satisfizesses os meus desejos, ao invés da satisfação da tua vontade.
Entretanto, diante de ti senhor, reconheço todos meus erros e fraquezas que não me dão orgulho de ser teu seguidor. Não peço necessariamente que me perdoe, mas sim que me ajude a te encontrar dentro de mim, para que na tua sagrada companhia possa manter viva e acesa a minha fé. Aceito sentir falta de tudo nesta vida, mas nunca de ti, aliás tudo na terra é passageiro, pelo que, a qualquer momento perdemos tudo quanto amamos.
Não prometo ser perfeito, porém, seguir te carregando a minha cruz, amando ao próximo como a mim mesmo, tal como aos Homens ensinastes. Se ainda tiveres alguns segundos para mim, gostaria pedir por todos meus entes queridos e amigos que daqui partiram, para que o senhor os acolha e os perdoe pelos seus erros cá na terra, para que junto de ti tenham uma vida eterna. E ao mundo inteiro, peço apenas para que a sua voz da PAZ, não seja apenas o calar das armas, mas acima de tudo, harmonia, respeito, tranquilidade, perdão, enfim, muito e eterno AMOR entre todos os homens. Até sempre meu Cristo Salvador!   

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

“Hip Hop Jazz” da autoria de Maxtungo Poeta


“Hip Hop Jazz” é o título da nova música do rapper moçambicano Maxtungo poeta, que faz parte do seu single que deverá sair ainda este ano. A semelhança do single, o rapper e poeta Maxtungo, tem agendado para 17 de Novembro (sábado), no Centro Cultural Brasil -  Moçambique, o lançamento do seu primeiro livro intitulado “Fotografias do Tempo”.
A obra que está sendo produzida pela Editora Litera Cartão, por meio de material reciclado, é parte de um projecto inovador na produção de obras literárias que teve o seu início na Argélia, como forma de garantir a publicação e divulgação de escritores emergentes e com limitações financeiras.
De acordo com o Maxtungo Poeta, “ fotografias do tempo”, é um conjunto de poesias que constituem uma auto-reflexão num determinado momento, apresentada através de histórias fotografadas. Baixe “Hip Hop Jazz de Maxtungo Poeta  aqui:

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Combater a corrupção é responsabilidade de todos…


De acordo com Ana Maria Gemo, Directora do Gabinete Central de Combate a Corrupção (GCCC), o combate a corrupção é responsabilidade não apenas do Estado, mas do povo moçambicano nos mais diversificados níveis, e portanto, todos são chamados a se empenhar na luta contra esta “doença” que constitui um dos grandes obstáculos do desenvolvimento do país. Gemo, falava na cerimónia de abertura de uma formação em matérias de conhecimento jurídico sobre o combate da corrupção, realizada quinta-feira passada (18/11/2012), nas instalações do GCCC, em Maputo. 
Tida como um fenómeno complexo social, político e económico que afecta todos os países do mundo, a corrupção pode ser entendida como o uso do poder para obtenção de vantagens e fazer uso de dinheiro público para alcançar interesses próprios, de um amigo, da família ou integrante. A sua prática em Moçambique, ganhou nos últimos anos níveis alarmantes, tendo não só contribuído para bloquear o desenvolvimento económico, mas também para anarquia e instabilidade que caracterizam as instituições moçambicanas. Na sequência das suas desvantagens dentre as quais, destaca-se a crescente redução do investimento externo, o Estado moçambicano através do art. 19 da lei 6/2004, criou o Gabinete Central de Combate a Corrupção, como órgão da Procuradoria-Geral da República, especializado na prevenção e combate aos crimes de corrupção.
E entre as acções do GCCC, encontram-se actividades preventivas nomeadamente: realização de palestras, produção de spots publicitários, programas radiofónicos e televisivos, concurso de redução sobre corrupção para estudantes panfletos e formações de curta duração, a exemplo desta que era destinada especificamente aos membros da Associação dos Estuantes Finalistas Universitários de Moçambique (AEFUM), cujo objectivo é de garantir a réplica das matérias leccionadas a nível dos distritos através do Projecto Ferias Desenvolvendo o Distrito (PFDD).
Foram matérias de debate, questões relacionadas com a estrutura e funcionamento do GCCC, conceito e efeitos da Corrupção, mecanismos de apresentação de denúncias e protecção dos denunciantes, instrumentos internacionais para a prevenção e combate a corrupção, entre outras.
Entretanto, dado que a existência do corrupto implica necessariamente existência do corruptor, a promoção da cultura de integridade e transparência nas instituições, não é tarefa exclusiva do Estado, muito menos do GCCC, mas sim de todos moçambicanos, aliás, segundo Tássia Simões, uma das magistradas formadoras, “Combater a Corrupção é um acto de cidadania e de responsabilidade cívica.”

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Guebuzismo! (II)


“As redes sociais são para os jovens fábricas de sonhos inalcançáveis…”

Considero-me suspeito para rabiscar qualquer que seja a coisa direccionada ao nosso excelentíssimo presidente, mesmo sabendo que ele nunca vai ler. O facto é que sempre o admirei, sobretudo como empresário, aliás, sonho um dia também sê-lo, pelo que o seu blogue pessoal faz parte dos meus favoritos. Contudo, a leitura dos seus discursos, começou a ganhar desprazer nos últimos anos, especificamente quando ele teria afirmado numa das suas intervenções que as redes sociais são para os jovens fábricas de sonhos inalcançáveis e de infinitas miragens e expectativas, podendo levar a secundarização da cultura de trabalho, promovendo assim o espírito de mão estendida. Curiosamente, mesmo desapontado com o discurso, não me surpreendi, dado que teria acompanhado antes, afirmações do presidente com características semelhantes, mas que na altura não vi mal nenhum neles, tendo me esforçado em percebe-los.
De acordo com o site ABRN-Nacional, uma rede social é um grupo de interesses que se articulam ao redor de um espaço e contribuem para a criação e difusão de conhecimento. Dentre as várias redes sociais existentes mundialmente, destaca-se o Facebook.
O Facebook é segundo o wikipedia, um site e serviço de rede social, lançado em 2004, operado e de propriedade privada. Tido como a maior rede social do mundo, o Facebook conta com cerca de 1 Bilhão de usuários activos, estimando-se que diariamente haja registo de 316.455 novos cadastros. Dados divulgados em 2006, indicavam que esta rede social gerava receitas cujas cotas seriam de mais de 1,5 milhão de dólares por semana, provenientes de publicidade e anúncios diversos. E conforme faz referência o Teknologic, um estagiário na empresa desta rede social, ganha pelo menos cinco mil dólares (cerca de140 mil meticais) por mês.
Existe alguma empresa em Moçambique que paga ao menos ¼ desse valor aos estagiários? Duvido, alias, as empresas neste país nem ser quer aceitam estagiários. Estranho não é! Como diz o sociólogo Elísio Macamo, “estamos entregues”.
Entretanto, um dos temas com maior relevância nos discursos políticos em Moçambique, é o insistente apelo ao empreendedorismo, como forma de fazer face ao crescente desemprego que assola não só o nosso país, mas o mundo inteiro.
Para além das vantagens e multifunções que as redes sociais oferecem, pessoalmente penso que elas constituem uma prova clara do empreendedorismo. Contudo, me espanto quando um dirigente na qualidade de presidente de um país apologista deste mesmo empreendedorismo, declara guerra contra o uso da criatividade e do saber pensar bem e diferente. De que empreendedorismo ele estará se referindo?
O Facebook em particular, é uma daquelas coisas que considero ligadas e próprias da modernidade, do mundo do saber inovar, de tal forma que os seus benefícios reflectem a forma como as pessoas fazem o seu uso. Naturalmente, a semelhança do que se passou com o Fundo do Desenvolvimento Distrital, onde alguns administradores por desconhecimento (não sei), teriam usado o dinheiro para reabilitar suas casas e adquirir viaturas novas e outros bens, as redes sociais também não estão isentas de maus usos, até muito ainda piores, sobretudo por se tratar de coisas ligadas a criatividade pessoal, registando por isso muitas futilidades, inclusive perfis falsos usados para práticas criminosas.
No caso particular de Moçambique, o mau uso que se verifica nestas redes sociais, arisco a dizer que é por falta de domínio e de conhecimento sobre as mesmas, pelo que, as pessoas estão  apenas para “o inglês ver”, razão pela qual até o portal do nosso governo tem Twitter e Facebook, porém, para minha surpresa, não faz uso deles. Será pelo facto de Guebuza odiar redes sociais? Se sim, porque lá estão?
Hoje em dia, as redes sociais para além de constituírem uma plataforma para o exercício da criatividade e de alargamento do nosso panorama de conhecimento e informação, elas têm servido como um elemento importante para aprimorar as democracias modernas, acrescendo sobretudo a participação política dos cidadãos na esfera pública. Lembro-me de que a morte do presidente do Malawi, Bingu wa Mutharika, ocorrida no dia no dia 5 de Abril de 2011, teria sido anunciada via Twitter. E recentemente acompanhei na Rádio e Televisão de Portugal (RTP) que o presidente de um dos municípios em Portugal teria criado uma página no Facebook, com vista a garantir maior diálogo com os seus munícipes.
Achei esta iniciativa super fantástica, e portanto devia servir de exemplo aos nossos dirigentes, que podia por um lado revelar a importância destas redes, e por outro, contribuir para desburocratização nas nossas instituições, particularmente no que diz respeito as famosas audiências com os dirigentes políticos (servidores do povo).  
Portanto, é necessário que os dirigentes moçambicanos entendam que as redes sociais são um fenómeno inevitável, constituindo por isso, elementos próprios da evolução das sociedades, sendo que negar o seu uso por parte da juventude implica bloquear a sua evolução  particularmente no estado actual de globalização, com o mundo conectando-se de forma muito rápida, onde apenas os mais equipados de conhecimento e informação dominam e progridem. Ao invés reprimirmos as redes sociais, devemos apadrinha-las procurando nos apropriar delas, para que possamos nos beneficiar delas contribuindo para o nosso próprio desenvolvimento.   

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Vovó Maria respira de alívio: o filho voltou, mas doente! (capitulo II)


Dando continuidade ao primeiro capítulo que relata a vida de uma pobre velha que recebe seu filho de volta depois de 25 anos a viver na África do sul, publicado em Setembro de 2011.
Após o momento pouco agradável entre os dois pelas angústias que teriam tomado suas almas, vovó Maria viria a desfrutar de um certo sossego e alegria, na medida em que o perigo que ameaçava a vida do filho, parecia o ter marcado distância, razão suficiente para dizer que “só mesmo Deus sabe quando e onde paramos de viver”.     
A saúde do filho da pobre velha registava melhorias. Para vovó Maria, era como se nada tivesse acontecido no passado, orgulhava-se de vê-lo reencontrar a família e fazer novas amizades na zona, com as quais partilhava não só as memórias da terra do rand, mas também a sua vida em Moçambique antes da ida a terra do "cunhado Mandela". Vovó Maria aproveitou o momento para fazer parte da vida do filho que por 25 anos lhe criara muito sofrimento e desgosto, contudo, tinha acabado, pois podia abraça-lo sempre que pudesse e mesmo com idade muito avançada, ainda prestava-lhe pequenos serviços domésticos, cozinhando, lavando sua roupa, entre outros.  
Os dias foram passando, e naturalmente a saúde do filho da vovó registava algumas crises, mas ainda dava para aguentar, até porque, ele próprio sonhava com dias melhores tencionado começar tudo de novo. E dada a ansiedade de dar a volta por cima, o filho da vovó, não perdeu a oportunidade de fazer parte de um culto religioso denominado Dia D (Dia de Decisão) realizado pela Igreja Universal do Reino de Deus, no dia 26 de Setembro de 2011, cujo objectivo era de libertar as pessoas de males espirituais. Diante da profunda angústia que lhe sufocava o peito, o filho da vovó Maria, se fez presente ao famoso culto na esperança de obter saúde plena e paz consigo mesmo.
Não se sabe ao certo o que teria sucedido nos dias que se seguiram, mas suponho eu, que tenha sido desespero demais. A relação entre vovó Maria e seu filho, teria mergulhado numa crise caracterizada por acusações mútuas entre as partes, e surpreendentemente mesmo com a saúde que dava um rumo esperançoso, o filho da vovó Maria meteu-se no álcool. (cont.)

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Rescaldo do meu final de semana


O final de semana começou com uma viagem a Inhambane, concretamente na sexta-feira, dia 12 de Outubro, por sinal dia dos professores, pelo que mesmo de forma atrasada, felicito a todos estes ilustres profissionais, que incansavelmente e no meio de todas as dificuldades mantém firme esta magnífica missão de ensinar e educar.
A viagem era de facto longa, cerca de 450 quilómetros para o meu destino, contudo, corria tudo bem, apesar da chuva que ameaçava descarregar logo pela manhã, na província de Maputo com sinais de se prolongar até a vizinha província de Gaza. No meio da maravilhosa paisagem que alinda a estrada N1 e de todas surpresas durante o percurso, uma coisa chamou a minha atenção. Havia um número significativo de automóveis avariados ao longo da via, com maior destaque para camiões de cargas.
Este facto, era um denominador comum de tudo que foi acontecendo durante a viagem. Entretanto, aparentemente insignificante, este fenómeno caracterizado por constantes avarias de automóveis ao longo das vias públicas, constitui um grande perigo, pelo que, merece toda atenção por parte das autoridades de direito, como por cá se diz em forma de responsabilização, por um lado, porque, as viaturas avariadas, tem criado constrangimentos aos outros automobilistas, pois, parte delas param em locais não apropriados dificultando a transitabilidade normal dos outros que se fazem as estradas, e por outro, levanta algumas questões sobre a inspecção obrigatória de veículos, deixando portanto, dúvidas deste processo e do funcionamento das instituições responsáveis para o efeito.
Mais do que evidente, grosso número das viaturas que circulam nas nossas estradas não apresentam condições mecânicas para uma circulação normal e segura, o que tem criado em parte essas constantes avarias e também acidentes de viação que são uma das principais causas de morte em Moçambique. Sem muitas dúvidas, este é mais um sintoma da fragilidade que caracteriza as nossas instituições.
Após sexta-feira da longa viagem, restava-me o dia de sábado que seria consumido pela enorme ansiedade do jogo entre a selecção nacional de Futebol (os mambas), contra a sua congénere de Marrocos a contar para apuramento ao CAN 2013, a se realizar na vizinha África do Sul. Moçambique partia para este jogo com uma vantagem de dois golos sobre o seu adversário, conseguida no estádio da Machava em Maputo.
No entanto, a noite de tanta ansiedade viria a ser decepcionante não só para mim, mas também para milhares de moçambicanos que carregavam consigo uma esperança de uma qualificação dos manbas ao CAN, após uma pobre exibição do combinado nacional tendo sido goleado por quatro bolas a zero.  
E sobre esta humilhante derrota, vários são os comentários e observações da prestação da selecção nacional. Entretanto, por mais incrível que pareça, eu pessoalmente achei justo o resultado. Primeiro, olhando para a exibição das duas colectividades durante o jogo, e segundo tendo em consideração a estrutura e constituição destas selecções. Não sei ao certo como vai o desporto em Marrocos, no entanto, sobre Moçambique, não tenho dúvidas que algo não corre bem, não só a nível do futebol, mas no desporto a todos níveis, e a recente mudança do ministro deste pelouro pode ser justificativa.
Naturalmente, se a selecção moçambicana tivesse se qualificado ao CAN, seria uma grande alegria para este povo que tanto precisa, porém, não me restam dúvidas de que mesmo no próprio campeonato africano, não iríamos longe, pelo que nos orgulharíamos apenas pela participação e não por uma prestação competitiva e qualitativa. Penso eu, que falta muita responsabilidade e acima de tudo, profissionalismo nas instituições ligadas ao desporto em Moçambique.
Tal como sistema como um todo, sofremos de imediatismo, “gostamos de dar passos maiores que as nossas próprias pernas”, “fazemos apenas porque os outros fazem”, “só para que os outros possam ver”. A semelhança dos outros sectores, o desporto deve ser repensado e posteriormente reestruturado, e sobretudo dirigido por gente competente e com maior conhecimento sobre a área, pois, caso contrário, continuaremos com selecções ficando pelo caminho nas competições, ausência em campeonatos por falta de voos, participações sem qualidade, entre outras vergonhas que assolam o nosso desporto.
Bem! Com esse, pequeno comentário, termina rescaldo do meu final de semana. Na esperança de terem também desfrutado um óptimo final de semana, a todos faço votos de uma semana feliz e de sucessos. Abraços

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Guebuzismo! (I)


De acordo com a Constituição da República, Moçambique é um país democrático baseado num sistema político multipartidário. Segundo Schumpeter (1942), um sistema político é democrático na medida em que nele seus principais tomadores de decisões colectivas sejam seleccionados através eleições periódicas, honestas e imparciais em que os candidatos concorram livremente com os votos e em que virtualmente toda população adulta tenha direito de voto. E para Huntington (1994) citando Dahl, democracia assim definida envolve Contestação e Participação, pelo que os direitos devem estar efectivamente à disposição dos cidadãos, sendo que, se isso não acontecer logo o sistema político não será democrático.
Ao intitular este artigo de “Guebuzismo”, de certeza que qualquer “moçambicano” ao ler engole a seco, tal como dizem os romancistas. As razões para isso, não faltam. Uma delas sem dúvida, o medo que abala profundamente os moçambicanos. Vivemos na realidade, numa Paz aparente, mesmo após 20 anos do término da Guerra.
Entretanto, a comunidade moçambicana não age de tal forma por mera vontade própria, mas sim por que o sistema assim manda. O ambiente é de plena violência política, onde nem se pode apontar o dedo aos dirigentes políticos (servidores do povo), mesmos quando estes são culpados. O medo que molda o comportamento dos moçambicanos é ainda acrescido, pela endémica alergia à críticas que caracteriza os políticos deste país.
O receio de se expressar, não está apenas com o cidadão comum, mas também com os meios de comunicação, alguns dos quais quase que “partidarizados”, pelo que notícia polémica nos midias nacionais, apenas diz respeito ao crime ou à oposição, mas nunca sobre figuras do Estado.
De acordo com o Notícias, o governador de Inhambane, Agostinho Trinta não fez parte da comissão que se deslocou recentemente para China, com o intuito de renegociar o projecto da ponte que irá ligar as cidades Maxixe – Inhambane, por que tinha que a acompanhar a primeira-dama na visita que esta fizera à província. Sendo este projecto da ponte, um investimento de grande envergadura, a presença do governador na negociação, suponho eu, que seja de extrema importância, pelo que podia se delegar uma outra figura a nível da província para acompanhar a visita da esposa do presidente Guebuza. Facto curioso nisto, é que para além desta cena não ter virado notícia tal como sucedeu quando o presidente da RENAMO Afonso Dlhakama, “abandonou” a sua família em Maputo para se instalar em Nampula, o próprio Notícias não questionou, apenas informou.
Agora me digam: entre acompanhar visita da primeira-dama que visava pedir maior responsabilidade aos pais perante ao HIV/SIDA e encabeçar uma comissão com vista a atrair um investimento de tão grande dimensão que é a construção de uma Ponte poderá ligar  duas cidades separadas por mar, numa distância de cerca de três milhas, o que era/é prioritário?  
Ao sublinhar aspectos como Participação e Contestação no conceito da democracia, tenciono mostrar o quão esvaziada e pobre anda a nossa democracia. Se considero o regime vigente em Moçambique como democrático, é pela “moçambicanização” de coisas que nos caracteriza. Repare que durante um jogo de futebol do campeonato nacional “moçambola”, envolvendo o clube Costa de Sol da capital e o Incomati de Xinavane, um dos jogadores desta última colectividade não trazia caneleiras, e na sequência disso, o técnico do Costa do sol teria solicitado ao árbitro do jogo para que sancionasse o jogador em causa, como mandam as regras da FIFA, ao que o árbitro da partida respondeu: “senhor treinador, isto é Moçambique”.
Mais do que ridículo, isto é bastante lastimável. Contudo, perde o seu teor ridículo, dado que nem se quer piada é, aliás, de acordo com Thomas Hobbes, só há noção de justo e injusto onde existe legalidade.
Por conta desta “moçambicanização” sou forçado a aceitar que existem partidos políticos em Moçambique. Mas será que estas dezenas colectividades políticas são realmente partidos políticos?
Um partido político pode ser entendido como uma organização de parte ou parcela do povo, seguindo os mesmos ideais políticos, com objectivo de desenvolver uma acção comum voltada ao exercício dos negócios do Governo. E segundo Huntington, os partidos desempenham funções essenciais em matéria de ordenação do sistema político. Eles fornecem a ordem e a estabilidade na sociedade, e servem para estruturar o processo político e garantir a participação dos cidadãos nesse processo é ordenado.
Em Moçambique, a maioria esmagadora dos partidos, para além de desestruturados, servem apenas para animar o panorama político nacional com contra ditos e acções “lambebotistas”, e os menos desorganizados por sinal com maior aceitação no seio dos moçambicanos, dedicam-se entre outras actividades pouco comuns, a de despachantes aduaneiros, importando viaturas de luxo para posteriormente revenda, já que estão isentos de pagamentos.
Naturalmente, os exemplos e os aspectos acima descritos dizem respeito ao sistema político como um todo, e não necessariamente ao título deste artigo.
“Guebuzismo” é sim uma série de questões, inquietações, observações e opiniões que pretendo levantar neste espaço nos próximos dias, sobre a actual forma de governação. E neste conjunto questões, algumas serão mais directas sobretudo, aos discursos de Armando Guebuza e outras, sobre o funcionamento das instituições moçambicanas.
Não pretendo com isto culpar ninguém pelo estado pouco saudável do nosso sistema político, mas apenas, exercer o meu direito democrático de questionar e contestar quando for necessário, pois, mesmo dentro de toda mediocridade ainda resta um espaço para o exercício da cidadania, até porque a minha formação me legitima para tal. Até breve!

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Ressuscitando!


Já vão lá cerca de três meses, que não faço uso deste e de outros espaços electrónicos para as habituais partilhas de pequenas reflexões e de novidades informativas de diversa natureza. As razões para tal, naturalmente, não me faltaram e portanto, são tantas. Uma delas, talvez a "suspeita", falta de motivação.
Se o ano terminasse hoje, sem dúvida alguma faria uma avaliação completamente negativa do 2012, pessoalmente e a todos níveis.
Tal como se diz por ai, a vida tem altos e baixos. Suponho que a minha tenha estado ao nível da segunda designação. Como fiz referência, foram vários os factores que teriam contribuindo para que eu não pudesse prosseguir com vida normalmente, desde familiares e sociais, suficientes para me fazer perder o controlo e prazer pela vida. Na sequência desse terrível momento por mim vivido, para além de forçado a abandonar o que mais gosto da fazer (Blogar), a minha rede de contactos entre amigos e conhecidos foi reduzindo e consigo foram-se também os momentos de lazer em colectivo.
Não sou apologista de partilha de comentários ou postagens que revelam negatividade em redes sociais, dado que entendo que quando pretendemos ser felizes e estar bem com e na vida, devemos mais do que tudo, agir positivamente, o que significa por sua vez, sentir, pensar e sobretudo fazer optimamente. Entretanto, tudo isto comigo aconteceu, mas de forma contrária, tendo nalgum momento partilhado algumas sensações negativas.
Contudo, como diz o ditado "há sempre uma solução, mesmo no fim túnel", pude acrescer o meu panorama de conhecimento com algumas experiências da vida. E diante disso, aprendi, que os problemas numca têm fim, pelo contrário acompanham a nossa própria evolução, pelo que não devemos nos esforçar em acabar com os mesmos, porém, somos chamados a aprimorar frequentemente a nossa capacidade de resolve-los para posteriormente ultrapassa-los. Tive também como lição, talvez de forma mais convicta, que as oportunidades criam-se e em todos momentos da nossa vida temos oportunidade para tudo, cabendo-nos apenas estarmos atentos o mais suficiente possível para delas nos beneficiarmos.   
E infelizmente, como é habitual nos dias presentes, convites para participar de cultos religiosos em algumas ceitas não me faltaram. Entretanto, eu sou cristão, católico romano e feliz por isso, mesmo no meio de todas as dificuldades humanas, sei o que buscar na igreja e em Deus. Penso eu, que diferentemente da forma enganosa como alguns actores de algumas ceitas religiosas defendem, na igreja vamos aprimorar a nossa fé em Deus e não necessariamente buscar riqueza, sucesso, etc.
Enfim! 
Ressuscitando, é o título deste pequeno trecho, com o qual quis relatar um pouco sobre o que vivi nos últimos dias e reiterar a minha profunda paixão por este espaço, prometendo daqui em diante me fazer presente sempre que possível com maior regularidade. Sem mais a acrescer, resta-me agradecer a todos pela incondicional companhia e desejar ainda muitas e muitas felicidades. Abraços e boa semana a todos.