O final de semana começou com uma viagem a Inhambane, concretamente
na sexta-feira, dia 12 de Outubro, por sinal dia dos professores, pelo que
mesmo de forma atrasada, felicito a todos estes ilustres profissionais, que incansavelmente
e no meio de todas as dificuldades mantém firme esta magnífica missão de
ensinar e educar.
A viagem era de facto longa, cerca de 450 quilómetros
para o meu destino, contudo, corria tudo bem, apesar da chuva que ameaçava
descarregar logo pela manhã, na província de Maputo com sinais de se prolongar
até a vizinha província de Gaza. No meio da maravilhosa paisagem que
alinda a estrada N1 e de todas surpresas durante o percurso, uma coisa chamou a
minha atenção. Havia um número significativo de automóveis avariados ao longo
da via, com maior destaque para camiões de cargas.
Este facto, era um denominador comum de tudo
que foi acontecendo durante a viagem. Entretanto, aparentemente insignificante, este fenómeno
caracterizado por constantes avarias de automóveis ao longo das vias públicas, constitui
um grande perigo, pelo que, merece toda atenção por parte das autoridades de
direito, como por cá se diz em forma de responsabilização, por um lado, porque,
as viaturas avariadas, tem criado constrangimentos aos outros automobilistas,
pois, parte delas param em locais não apropriados dificultando a
transitabilidade normal dos outros que se fazem as estradas, e por outro, levanta
algumas questões sobre a inspecção obrigatória de veículos, deixando portanto, dúvidas
deste processo e do funcionamento das instituições responsáveis para o efeito.
Mais do que evidente, grosso número das viaturas que
circulam nas nossas estradas não apresentam condições mecânicas para uma circulação
normal e segura, o que tem criado em parte essas constantes avarias e também
acidentes de viação que são uma das principais causas de morte em Moçambique. Sem
muitas dúvidas, este é mais um sintoma da fragilidade que caracteriza as nossas
instituições.
Após sexta-feira da longa viagem, restava-me o dia de
sábado que seria consumido pela enorme ansiedade do jogo entre a selecção
nacional de Futebol (os mambas), contra a sua congénere de Marrocos a contar
para apuramento ao CAN 2013, a se realizar na vizinha África do Sul. Moçambique
partia para este jogo com uma vantagem de dois golos sobre o seu adversário, conseguida
no estádio da Machava em Maputo.
No entanto, a noite de tanta ansiedade viria a ser
decepcionante não só para mim, mas também para milhares de moçambicanos que carregavam
consigo uma esperança de uma qualificação dos manbas ao CAN, após uma pobre exibição
do combinado nacional tendo sido goleado por quatro bolas a zero.
E sobre esta humilhante derrota, vários são os
comentários e observações da prestação da selecção nacional. Entretanto, por
mais incrível que pareça, eu pessoalmente achei justo o resultado. Primeiro,
olhando para a exibição das duas colectividades durante o jogo, e segundo tendo
em consideração a estrutura e constituição destas selecções. Não sei ao certo
como vai o desporto em Marrocos, no entanto, sobre Moçambique, não tenho
dúvidas que algo não corre bem, não só a nível do futebol, mas no desporto a
todos níveis, e a recente mudança do ministro deste pelouro pode ser
justificativa.
Naturalmente, se a selecção moçambicana tivesse se qualificado ao CAN, seria uma grande alegria para este povo que tanto precisa,
porém, não me restam dúvidas de que mesmo no próprio campeonato africano, não
iríamos longe, pelo que nos orgulharíamos apenas pela participação e não por
uma prestação competitiva e qualitativa. Penso eu, que falta muita responsabilidade
e acima de tudo, profissionalismo nas instituições ligadas ao desporto em Moçambique.
Tal como sistema como um todo, sofremos de imediatismo,
“gostamos de dar passos maiores que as nossas próprias pernas”, “fazemos apenas
porque os outros fazem”, “só para que os outros possam ver”. A semelhança dos
outros sectores, o desporto deve ser repensado e posteriormente reestruturado, e
sobretudo dirigido por gente competente e com maior conhecimento sobre a área,
pois, caso contrário, continuaremos com selecções ficando pelo caminho nas competições,
ausência em campeonatos por falta de voos, participações sem qualidade, entre
outras vergonhas que assolam o nosso desporto.
Bem! Com esse, pequeno comentário, termina rescaldo do
meu final de semana. Na esperança de terem também desfrutado um óptimo final de
semana, a todos faço votos de uma semana feliz e de sucessos. Abraços