Empreendedorismo & Activismo Social

sexta-feira, 11 de julho de 2014

“Por uma maior e melhor alocação de bens e serviços ao cidadão”

Decorreu ontem (10), em Maputo, um simpósio organizado pelo Instituto Superior de Administração Publica (ISAP) em parceria com American Politic Science Association (APSA), que visava discutir diversas matérias relativas a alocação de bens e serviços aos cidadãos. Realizado no âmbito de um Workshop que as duas instituições acima mencionadas estão levar a cabo de 30 de Junho a 11 de Julho, envolvendo académicos oriundos de diferentes países, tendo em vista avaliar por meio de diferentes sectores o nível de alocação de bens e serviços, em alguns países como Moçambique, Angola, Malawi, Tanzânia, Botswana e outros.
O simpósio assentou-se em quatro apresentações com os seguintes temas: A política de alocação de salários em Moçambique; Política de Habitação em Angola; Transparência, Prestação de contas e Governação empreendedora em África; e Qualidade de Governação em África, dos quais destacarei apenas o primeiro e o segundo.
No primeiro tema “A política de alocação de salários em Moçambique” da autoria de Carlos Chenga, o autor começa por afirmar que o salário é uma forma de distribuição de riqueza, sendo por isso importante, dado que pés embora o Estado garanta a provisão de bens e serviços públicos, o salário permite aos cidadãos adquirir estes mesmos serviços.
No seu trabalho de pesquisa, Chenga, opõe-se a visão segundo a qual em Moçambique o salário não aumenta, na medida em que é ajustado em função inflação do ano anterior. Para ele, o salário aumenta, a exemplo disso, no ano 2012 a inflação teria sido de 6% sendo que o aumento salarial foi de 10%. Num outro momento, Carlos Chenga defende uma alocação salarial por prioridade, em detrimento do actual sistema de alocação por produtividade, pois segundo ele, não é justo atribuir salários através do PIB, o que permite que sectores não produtivos como Saúde, Educação, etc., disponham de salários baixos em comparação com os sectores produtivos como Indústria, energia, etc.
No segundo tema “Politica de Habitação em Angola”, a autora afirma que o processo de urbanização em Angola é similar a de Moçambique, em parte devido a história destes países. O conflito armado que assolou Angola, tornou Luanda o maior destino dos angolanos, o que contribuiu significativamente para um processo de habitação precário.
Entretanto, com os dividendos da exploração petrolífera (Angola é o segundo país depois da Nigéria em África produtor de petróleo), o Governo criou fundos com vista a fomentar a habitação em Angola, através de uma Política Nacional de Habitação que tinha como objectivo construir um milhão de casas até 2012.
Para a autora, este é um projecto louvável, não obstante o prazo, o mesmo ainda está em curso, não se sabendo até momento quantas casas foram construídas. Para além disso, este projecto tem vista construir casas em todo país, contudo, toda infra-estruturação está ainda concertada em Luanda. E mesmo para os casos em que já foram construídas casas, ainda há problemas relacionados com serviços como Água, Energia, Educação, Saúde entre outros.