O poço é um filme espanhol lançado em 2019, disponível na
Netflix, que descreve o cenário que se vive em uma prisão
vertical em formato de um poço, que confina duas pessoas em cada andar dos mais
de 200 existentes, onde os presos são alimentados por meio de uma plataforma
que descendo com comida, leva cerca de dois (02) minutos em cada andar.
Na plataforma é colocada uma quantidade satisfatória de comida para que os “presos” comam o suficiente para sobreviverem. Contudo, o comportamento individualista e egoísta dos presos que ocupam os primeiros andares, transforma a prisão num autêntico inferno, onde a força natural humana constitui a principal arma de sobrevivência. O “poço” traz profundas reflexões sociais e políticas sobre a sociedade contemporânea, onde os mais fortes detêm maior parte dos recursos, e para justificar sua ganância procuram transmitir mensagens de escassez.
O “poço” nos revela a humanidade descrita por Thomas Hobbes, cujo comportamento é semelhante a de animais selvagens incapazes de desenvolver uma vida em sociedade. Uma sociedade constituída por poucos com muito e muitos com pouco, onde males como doenças e guerras são instrumentos de domínio alheio. Na verdade o actual cenário social, revela uma grande falha no contrato social, com a minoria tirando proveito da renúncia dos direitos naturais da maioria, transformando a vida humana em um poço cuja profundidade é reflexo de miséria e extrema escassez.