Seu reinado tinha sido incomum. Da sua família não teria herdado mais do
que boa educação, humildade e honestidade, pelo que, cresceu ciente das lutas e
obstáculos do caminho da vida, razão pela qual ainda pequeno buscava incansavelmente
por Coragem, Força e Sabedoria para que um dia se tornasse um REI.
Tinha sido um crescimento exemplar, quase excelente, pois seu histórico de
lutas contava mais vitorias que derrotas. Tal como qualquer humano, era
extraordinariamente ambicioso, com suas batalhas vencidas, quase já homem,
tinha conquistado seu reinado. Entretanto, porque cada vitoria dava-lhe mais
poder, mais poder ainda desejava. O seu desejo em si não era necessariamente
mau, alias, para quem pensa grande, nunca vê limites nos seus Sonhos, ao que
deseja alcançar o que o comum considera impossível ou loucura.
O Rei estava sempre colocando a prova suas capacidades, e por um longo período
ia dando certo, tudo em abundância, mais escolhas, mais opções, liberdade e bem
estar. E porque se sentia suficientemente forte, decidiu migrar visando
conquistar novos desafios e viver diferentes aventuras.
Chegado ao seu destino, teria enfrentado algumas dificuldades (próprias de
enquadramento), contudo, ele era inteligente o suficiente para transformar os obstáculos
encontrados em matéria prima para edificação do seu novo Reinado. Lutava com Fe,
Coragem e Entusiasmo e por isso Vencia. Entre seus próximos era considerado até
estranho pois, para ele nada era impossível. E mais uma vez, altos e
aventurosos momentos fizeram lhe companhia.
“Vezes nos sentimos derrotados porque o colectivo está derrotado, assim
como também há vezes que apenas nós nos sentimos derrotados enquanto o
colectivo vai desfrutando de vitorias. A primeira derrota é menos dolorosa que
a segunda, dado que esta te faz sentir humilhado, inferior e incapaz”.
O histórico do Rei começou a registar mais derrotas que vitorias. A principio
não se abalou, foi usando de todos recursos disponíveis para se defender e ainda
procurar conquistar. Contando ainda com ajuda de quem ainda acreditava nele,
foi suportando e resistindo por determinado tempo. Porém, o tempo foi
interiorizando suas derrotas, já não era ele quem se colocava a prova dos
desafios, mas sim o contrário.
"A fraqueza humana é tal que quando erramos sucessivas vezes, tendemos a
errar mais vezes ainda", e assim sucedeu-se com o REI. Maus momentos, más decisões
e consequentemente más escolhas e opções. Jovem demais, no entanto, seu reinado
tinha chegado ao FIM. E o fim era tão visível que em pouco tempo seus próximos já
se tinham cansado de acolhê-lo. Estava sozinho com o abandono caminhando para o
seu interior.
A aflição e angustia tinham o despido completamente. Ao caminhar já não conseguia
erguer a cabeça, pois carregava um enorme peso nas costas. Tudo se tinha
transformado em memórias, e memórias no presente não passam apenas de auto-consolo.
Sofrido e profundamente aflito olhava para céu buscando respostas. O que
foi que eu fiz para merecer isto tudo? Perguntava o REI. Foi então que
percebeu. Tudo na vida tem um preço, e porque geralmente queremos ganhar mais,
tendemos a pagar pouco, o que em longo prazo sai carro. No princípio vivia mais
no bem que na maldade, razão pela qual tinha mais vitorias que derrotas. Entretanto,
quando sua aliança com o Bem começou a enfraquecer, a maldição tomou seu
caminho.
Questionando porque Deus o tinha abandonado, então este respondeu: Eu
nunca te abandonei, tu é que me esquecestes. Quantas vezes eu gritei para ti,
quando davas ouvidos a aqueles que hoje dizem: “Queríamos ver até onde ele ia chegar...
Quem ele pensava que era...marra awuya quine!”
Quantas vezes te quis parar, quando voavas como um avião a jato? Este é o preço das tuas fraquezas. A maldição vem
quando vivemos no mal. A tua atitude presente ditará o preço do teu futuro.
O Rei ainda perplexo perguntava-se teria praticado tanto assim o mal em
vez do bem? Sem ninguém para suportá-lo, então pensou: Porque não voltar para
onde tudo começou!
To be
continued...from Jorge Ofice #Writtingmyhistory2019