Empreendedorismo & Activismo Social

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

“Moçambique continua rumo a prosperidade e bem-estar”

Informe Geral do chefe do Estado moçambicano, Armando Guebuza

No informe sobre a situação geral da nação moçambicana apresentado hoje na Assembleia da República, pelo chefe do Estado, Armando Guebuza afirma que apesar dos ataques armados da RENAMO, o governo continua decidido rumo ao Moçambique próspero e de bem-estar. Guebuza começou a sua intervenção, por saudar as actividades legislativas da Assembleia da Republica, destacando a aprovação no corrente ano da Legislação Eleitoral, do Programa Económico Social (PES) e do Orçamento Geral do Estado (OE). E no segundo momento endereçou a sua solidariedade as vítimas do despenhamento da aeronave em solo namibiano no dia 29 de Novembro, pertencente a companhia nacional, LAM (Linhas Aéreas de Moçambique) e ao povo sul africano pelo desaparecimento físico do seu primeiro presidente negro, Nelson Mandela, ocorrido no passado dia cinco de Dezembro.
No concernente ao informe sobre a situação geral da nação moçambicana, o presidente da República, enfoca a Unidade Nacional, a PAZ e a Consolidação Democrática como protagonistas da luta contra a pobreza.
No primeiro ponto (Unidade Nacional), Guebuza defende este como o elo de ligação entre o “governo” e a nação moçambicana. Para ele, com a Unidade nacional, se tem um Moçambique, isto é, a Unidade Nacional é o cimento da moçambicanidade, pelo que os recursos naturais não podem de forma alguma colocarem em causa este facto e muito menos constituírem motivo de divisionismo, tendo por isso, reiterado o compromisso do governo em garantir a Unidade Nacional de diversas origens, raças e religiões, por meio de diversas acções desencadeadas, com destaque para a revalorização dos heróis nacionais, realização dos jogos desportivos escolares, que no seu dizer constituem fontes da auto-estima para o povo moçambicano. Através da Unidade Nacional, o país conta com quadros formados pelo sistema nacional de educação distribuídos por diversos pontos do país, com particular olhar aos distritos tidos como pólos de desenvolvimento, a exemplo do Projecto do Projecto Férias Desenvolvendo o Distrito (PFDD) desenvolvido pela Associação do Estudantes Finalistas Universitários de Moçambique (AEFUM), o que tem sido acompanhado pelo processo de descentralização e criação de novos distritos, assim como também infra-estruturação em diversos pontos do país.
No segundo ponto (PAZ), o chefe do Estado dá enfoque ao Acordo Geral da Paz (AGP) assinado a quatro de Outubro de 1992 em Roma, pondo fim ao conflito armado dos 16 anos, tendo afirmado que a única alternativa a Paz é própria Paz e esta é propriedade colectiva, não havendo por isso qualquer questão referente AGP que não seja de domínio ou acesso público, tendo reconhecido a existência de obstáculos na sua manutenção e consolidação, pelo que o Governo tem envidado esforços para um diálogo permanente, pois segundo ele com a Paz se tem mais funcionários colocados em diversas partes do país, mais infra-estruturas e mais atracão de investimentos.  
No terceiro ponto (consolidação da democracia), Armando Guebuza fala de realização de eleições regulares em Moçambique envolvendo diversas organizações partidárias. Segundo Guebuza, não há democracia sem se ser democrático “…não se pode alcançar democracia sem se acreditar nela…” tendo destacado o crescimento do espaço para pluralidade de ideias e do debate público em Moçambique, por meio da comunicação social e do desenvolvimento de tecnologias de informação a exemplo das redes sociais, que têm permitido maior participação política e acompanhando a estas acções, o envolvimento popular no recente processo eleitoral (recenseamento, campanhas e votação).   
Feita a descrição dos três itens acima mencionados, Guebuza faz uma relação simbiótica entre estes e o desenvolvimento social e económico, tendo falado de quatro desafios nomeadamente: Diversificação de mecanismos de diálogo, Imposição do Estado em todo espaço nacional, Garantia da tranquilidade pública em todo território e Redistribuição do rendimento.  
No concernente ao primeiro desafio (Diversificação de mecanismos de diálogo), o presidente da Republica fala da criação de espaços para um diálogo permanente tais como: seminários na Presidência da República e as presidências abertas, acções que têm permitido participação de todos no processo da governação em Moçambique. E neste contexto, decorre no Centro de conferências Joaquim Chissano em Maputo, o diálogo entre o governo e RENAMO, com vista a acabar com actual tensão política. Entretanto, pés embora, a urgência manifestada pela RENAMO para a realização deste diálogo, esta mesma tem atrasado por meio de imposição de pré condições para a sua continuidade, colocando em causa o objectivo geral que é de um diálogo de interesse colectivo. Guebuza, reiterou o compromisso do governo com a PAZ como alicerce da construção de uma nação próspera. “Não queremos a guerra e tudo faremos para garanti-la”, frisou o chefe do Estado.
No segundo desafio (Imposição do Estado em todo espaço nacional), Guebuza disse que enquanto decorriam no Centro de conferencias Joaquim Chissano, negociações entre o Governo e a RENAMO, alguns pontos na região central do país concretamente na província de Sofala, registavam ataques armados perpetrados pela RENAMO, o que obrigou as Forças Armadas de Moçambique, a aumentar o seu efectivo com o objectivo de garantir a segurança do Estado, tendo de seguida tomado Santugira e Marringue então bases da RENAMO. É imbuído pela lei da segurança do território moçambicano que o governo reitera o compromisso com a defesa e tranquilidade pública, que Armando Guebuza justifica os investimentos feitos na área de defesa e segurança.  
No terceiro desafio (Garantir a tranquilidade pública em todo território), Guebuza, fala de registo de índices de criminalidade no país, com destaque para sequestros e extorsão via telefónica, um novo fenómeno criminal que tem semeado terror e medo na sociedade moçambicana. E de forma a garantir a tranquilidade pública, o governo tem se empenhado desenvolvendo acções para a prevenção e combate ao crime em Moçambique, através da criação de espaços de debates públicos envolvendo as autoridades policiais e diferentes actores sociais, reforço das medidas disciplinares nas Forças de Segurança, Incremento da formação nas Forças de Segurança, construção e apetrechamento das instituições da segurança pública, envolvimento popular e criação de uma legislação da Polícia da Republica de Moçambique (PRM) como forma de adequar a polícia ao crescimento da sociedade moçambicana.    
No quarto e último desafio (Redistribuição de rendimento), o chefe do Estado deu a conhecer que o país tem registado um crescimento económico na ordem de 7% há mais de uma década e meia, contudo, a redistribuição da renda não poderá ser proporcional a sua mediatização social. Para Guebuza, a redistribuição é feita de acordo com as prioridades, destacando dois exemplos, a saber: 7 milhões e 2.5 milhões para a infra-estruturação dos distritos. Essas acções assumem um papel de grande importância permitindo o melhoramento dos serviços públicos e também garantem a PAZ, Unidade Nacional e Consolidação Democrática.
Redistribuir o rendimento, não tem em vista colocar dinheiro no bolso dos cidadãos, mas sim o empoderamento dos cidadãos a se tornarem protagonistas do desenvolvimento, rematou Guebuza.

Em forma de conclusão do seu informe, Armando Guebuza fala da política externa, endereçando agradecimentos aos diversos investidores estrangeiros em Moçambique, e lança um convite ao povo moçambicano a participar activamente em 2014 no Programa Económico Social e nas eleições gerais a realizarem-se em Outubro.