Minhas
conversas com os jovens que me rodeiam têm sido para alguns “chatas”. Vezes
procuro saber sobre sua vida por meio de pequenas questões como:
a)
Qual é seu maior sonho?
b)
O que gostaria de fazer antes de
morrer?
c)
Como se vê daqui a cinco anos?
Confesso
que me entristeço profundamente com as respostas que recebo, chegando a pensar
que sou realmente um sonhador ou idealista tal como meus amigos costumavam
dizer. Me espanta e me fragiliza ainda o fraco poder da imaginação juvenil. E a
pergunta que em mim não se cala: que
juventude estamos a construir?
Num
mundo cada vez competitivo e exigente onde o ideal seria ter mais jogadores de
Xadrez, ao invés disso temos crescentemente apenas peças de Xadrez.
Há
dias conversava com uma adolescente estudante do segundo ciclo, disse me que
desejava estudar Sociologia, contudo ouvira dizer que era um dos cursos mais
concorridos, pelo que optaria por um outro curso desde que lhe garantisse
ingressar na Universidade. Ao ouvir aquilo dela, me lembrei das palavras do
saudoso Mandela, segundo as quais, caminhos fáceis tornam a vida difícil,
porém, caminhos difíceis tornam a vida fácil.
Se
fazes apenas para cumprir metas ou mostrar ao mundo que também podes, que
sentido tem tua vida?
Ainda
me incomoda presenciar objetivos e ações sendo adiados como se soubéssemos a
data do descanso eterno de cada um. Mas porquê? Porque tanto Medo, Ansiedade e
Comodismo?
Somos
uma juventude tão despreocupada que me faz crer que realmente não arriscamos o
suficiente. Porque tememos tanto morrer se não ameaçamos nossa vida
justificavelmente?
Não
ouvistes o que foi dito pelos sábios: O Homem conquista experiência fazendo. E
porque tens tanto medo de experimentar? Somos tão alérgicos ao NÃO, nos
esquecendo que é a razão do SIM.
Porque
não um diário um pouco mais desafiante? Que dirás a Deus quando ele perguntar
que fizeste da tua vida?
Acorda
Juventude! Cérebro cômodo ou que não exercita envelhece rápido.
Boa
noite de Terça Feira