Empreendedorismo & Activismo Social

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Goodbye 2013!

A poucos dias para o final do corrente ano, faço desta a minha última intervenção através deste espaço. Há três anos que criei este blogue, com o objectivo por um lado de partilhar a minha sensibilidade e visão sobre a vida social, económica e política do meu país (Moçambique), e por outro de garantir a minha própria aprendizagem contínua. E de lá para cá, a avaliação que faço é realmente positiva, tendo registado mudanças significativas a caminho da excelência. Gostava que fosse melhor que isto, porém o simples facto de tentar e de estar ainda caminhando, me deixa satisfeito, pois como dizia Martin Luther King, não precisamos ver toda a escada, apenas os próximos dois degraus.
E falando concretamente do ano prestes a terminar, há que reconhecer que como país, vivemos momentos bastantes turbulentos, desde desastres naturais, criminalidade, conflitos sociais e políticos cujos efeitos se fazem sentir até ao momento, com destaque para a actual tensão político militar, só para citar alguns dos problemas. Entretanto, há que admitir com muito orgulho o crescimento da cultura cívica e política do povo moçambicano, que usando diferentes meios de que dispõem com enfoque particular para as tecnologias de informação, se expressou nos diversos momentos pelos quais passamos, apesar das intimidações revelou-se firme e cada vez mais activo nos processos decisórios que lhe dizem respeito.
Com excepção daqueles em que nos encontrávamos em apoio as nossas selecções desportivas, assistimos neste 2013 a união de moçambicanos de diversas raças e classes sociais em busca do “bem comum”. Independentemente do alcance e dos resultados destas acções, valeram pela intenção, aliás, só não consegue efectivamente que tenta. Sabemos que estamos longe de atingir o ideal, contudo nenhum sonho é grande de mais, o Céu é o limite (B.I.G), continuemos a sonhar com um Moçambique livre da pobreza e verdadeiramente democrático, em que os investimentos se transformam em bens e serviços para todos, e que a camada juvenil hoje relegada a marginalização e ao desemprego possa conquistar seu espaço e contribuir para um país ainda melhor.
Basta de críticas e lamentações apenas, se o ano 2013 não foi de sucesso, não esperemos que 2014 seja diferente, sejamos nós diferentes, reforçando as nossas capacidades de luta e aprimorando qualitativamente as nossas visões em busca dos nossos objectivos, mas sobretudo acreditando, porque tudo na vida é possível.   
É realmente difícil aceitar, mas a caminhada para uma vida de sucesso é bastante longa e complexa, tendo consigo grandes obstáculos, pelo que somos todos chamados a levantarmos nem que seja para cairmos de novo, pois os benefícios valem o esforço, e aquilo que insistirmos em fazer tornar-se-á cada vez mais fácil, não pela alteração da sua forma natural, mas pelo aprimoramento das nossas capacidades em realiza-la.
Cada um de nós tem pelo menos uma oportunidade na vida para torna-se melhor e feliz, porém, difícil é saber quando, como e onde buscar. E portanto, quanto maior for a atenção e atitude da nossa parte maiores serão as chances de nos lograrmos vitoriosos.
Para tal comecemos desde já fazendo tudo que temos a fazer com perfeição, mesmo insignificante que seja, “Roma não se construiu num dia” e aceitando todas derrotas como etapas de aprendizagem rumo a excelência. Que o ano que se aproxima seja o melhor na vida de cada um de nós a todos níveis.


Desejo a todos moçambicanos do Rovuma ao Maputo, do Indico ao Zumbo e na diáspora, e de modo especial a minha amada família, aos meus queridos amigos e aos demais que têm me acompanhado neste espaço, um FELIZ NATAL e PRÓSPERO ANO.

Obrigado pela companhia e interacção, até 2014. Beijos e abraços a todos vocês.

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

“Moçambique continua rumo a prosperidade e bem-estar”

Informe Geral do chefe do Estado moçambicano, Armando Guebuza

No informe sobre a situação geral da nação moçambicana apresentado hoje na Assembleia da República, pelo chefe do Estado, Armando Guebuza afirma que apesar dos ataques armados da RENAMO, o governo continua decidido rumo ao Moçambique próspero e de bem-estar. Guebuza começou a sua intervenção, por saudar as actividades legislativas da Assembleia da Republica, destacando a aprovação no corrente ano da Legislação Eleitoral, do Programa Económico Social (PES) e do Orçamento Geral do Estado (OE). E no segundo momento endereçou a sua solidariedade as vítimas do despenhamento da aeronave em solo namibiano no dia 29 de Novembro, pertencente a companhia nacional, LAM (Linhas Aéreas de Moçambique) e ao povo sul africano pelo desaparecimento físico do seu primeiro presidente negro, Nelson Mandela, ocorrido no passado dia cinco de Dezembro.
No concernente ao informe sobre a situação geral da nação moçambicana, o presidente da República, enfoca a Unidade Nacional, a PAZ e a Consolidação Democrática como protagonistas da luta contra a pobreza.
No primeiro ponto (Unidade Nacional), Guebuza defende este como o elo de ligação entre o “governo” e a nação moçambicana. Para ele, com a Unidade nacional, se tem um Moçambique, isto é, a Unidade Nacional é o cimento da moçambicanidade, pelo que os recursos naturais não podem de forma alguma colocarem em causa este facto e muito menos constituírem motivo de divisionismo, tendo por isso, reiterado o compromisso do governo em garantir a Unidade Nacional de diversas origens, raças e religiões, por meio de diversas acções desencadeadas, com destaque para a revalorização dos heróis nacionais, realização dos jogos desportivos escolares, que no seu dizer constituem fontes da auto-estima para o povo moçambicano. Através da Unidade Nacional, o país conta com quadros formados pelo sistema nacional de educação distribuídos por diversos pontos do país, com particular olhar aos distritos tidos como pólos de desenvolvimento, a exemplo do Projecto do Projecto Férias Desenvolvendo o Distrito (PFDD) desenvolvido pela Associação do Estudantes Finalistas Universitários de Moçambique (AEFUM), o que tem sido acompanhado pelo processo de descentralização e criação de novos distritos, assim como também infra-estruturação em diversos pontos do país.
No segundo ponto (PAZ), o chefe do Estado dá enfoque ao Acordo Geral da Paz (AGP) assinado a quatro de Outubro de 1992 em Roma, pondo fim ao conflito armado dos 16 anos, tendo afirmado que a única alternativa a Paz é própria Paz e esta é propriedade colectiva, não havendo por isso qualquer questão referente AGP que não seja de domínio ou acesso público, tendo reconhecido a existência de obstáculos na sua manutenção e consolidação, pelo que o Governo tem envidado esforços para um diálogo permanente, pois segundo ele com a Paz se tem mais funcionários colocados em diversas partes do país, mais infra-estruturas e mais atracão de investimentos.  
No terceiro ponto (consolidação da democracia), Armando Guebuza fala de realização de eleições regulares em Moçambique envolvendo diversas organizações partidárias. Segundo Guebuza, não há democracia sem se ser democrático “…não se pode alcançar democracia sem se acreditar nela…” tendo destacado o crescimento do espaço para pluralidade de ideias e do debate público em Moçambique, por meio da comunicação social e do desenvolvimento de tecnologias de informação a exemplo das redes sociais, que têm permitido maior participação política e acompanhando a estas acções, o envolvimento popular no recente processo eleitoral (recenseamento, campanhas e votação).   
Feita a descrição dos três itens acima mencionados, Guebuza faz uma relação simbiótica entre estes e o desenvolvimento social e económico, tendo falado de quatro desafios nomeadamente: Diversificação de mecanismos de diálogo, Imposição do Estado em todo espaço nacional, Garantia da tranquilidade pública em todo território e Redistribuição do rendimento.  
No concernente ao primeiro desafio (Diversificação de mecanismos de diálogo), o presidente da Republica fala da criação de espaços para um diálogo permanente tais como: seminários na Presidência da República e as presidências abertas, acções que têm permitido participação de todos no processo da governação em Moçambique. E neste contexto, decorre no Centro de conferências Joaquim Chissano em Maputo, o diálogo entre o governo e RENAMO, com vista a acabar com actual tensão política. Entretanto, pés embora, a urgência manifestada pela RENAMO para a realização deste diálogo, esta mesma tem atrasado por meio de imposição de pré condições para a sua continuidade, colocando em causa o objectivo geral que é de um diálogo de interesse colectivo. Guebuza, reiterou o compromisso do governo com a PAZ como alicerce da construção de uma nação próspera. “Não queremos a guerra e tudo faremos para garanti-la”, frisou o chefe do Estado.
No segundo desafio (Imposição do Estado em todo espaço nacional), Guebuza disse que enquanto decorriam no Centro de conferencias Joaquim Chissano, negociações entre o Governo e a RENAMO, alguns pontos na região central do país concretamente na província de Sofala, registavam ataques armados perpetrados pela RENAMO, o que obrigou as Forças Armadas de Moçambique, a aumentar o seu efectivo com o objectivo de garantir a segurança do Estado, tendo de seguida tomado Santugira e Marringue então bases da RENAMO. É imbuído pela lei da segurança do território moçambicano que o governo reitera o compromisso com a defesa e tranquilidade pública, que Armando Guebuza justifica os investimentos feitos na área de defesa e segurança.  
No terceiro desafio (Garantir a tranquilidade pública em todo território), Guebuza, fala de registo de índices de criminalidade no país, com destaque para sequestros e extorsão via telefónica, um novo fenómeno criminal que tem semeado terror e medo na sociedade moçambicana. E de forma a garantir a tranquilidade pública, o governo tem se empenhado desenvolvendo acções para a prevenção e combate ao crime em Moçambique, através da criação de espaços de debates públicos envolvendo as autoridades policiais e diferentes actores sociais, reforço das medidas disciplinares nas Forças de Segurança, Incremento da formação nas Forças de Segurança, construção e apetrechamento das instituições da segurança pública, envolvimento popular e criação de uma legislação da Polícia da Republica de Moçambique (PRM) como forma de adequar a polícia ao crescimento da sociedade moçambicana.    
No quarto e último desafio (Redistribuição de rendimento), o chefe do Estado deu a conhecer que o país tem registado um crescimento económico na ordem de 7% há mais de uma década e meia, contudo, a redistribuição da renda não poderá ser proporcional a sua mediatização social. Para Guebuza, a redistribuição é feita de acordo com as prioridades, destacando dois exemplos, a saber: 7 milhões e 2.5 milhões para a infra-estruturação dos distritos. Essas acções assumem um papel de grande importância permitindo o melhoramento dos serviços públicos e também garantem a PAZ, Unidade Nacional e Consolidação Democrática.
Redistribuir o rendimento, não tem em vista colocar dinheiro no bolso dos cidadãos, mas sim o empoderamento dos cidadãos a se tornarem protagonistas do desenvolvimento, rematou Guebuza.

Em forma de conclusão do seu informe, Armando Guebuza fala da política externa, endereçando agradecimentos aos diversos investidores estrangeiros em Moçambique, e lança um convite ao povo moçambicano a participar activamente em 2014 no Programa Económico Social e nas eleições gerais a realizarem-se em Outubro.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

“Nós te amamos, mas Deus te amou ainda mais!”

Hoje o continente africano e o mundo inteiro acordaram assombrados pela triste notícia da sua morte, Nelson Rolihlahla Mandela. A sua partida deixa sem dúvida alguma entre nós, uma grande e irreparável lacuna, no entanto, nos conforta saber que o Céu está prestes a ganhar mais anjo. Um anjo não apenas pelo facto de teres sido gerado a imagem e semelhança do “Criador”, mas sobretudo pelo extraordinário legado de liderança e de humanidade que deixas cá na terra, razão pela qual não temos dúvidas de que Deus te espera de braços abertos, pois, pés embora precisemos ainda de ti, entendemos que mereces um sossegado e eterno descanso.  
Neste momento de profunda dor, nos faltam palavras tanto de despedida como de enaltecimento do exemplo de vida que foste para milhares de pessoas, ao que conduzidos pela sua fé e coragem, temos esperança de uma África ainda melhor segundo a sua visão.
Muito obrigado Madiba, que o teu desaparecimento físico não seja necessariamente o cair do horizonte da África, mas sim o renascer e aprimoramento das ideias por ti deixadas… Descanse em Paz, Mandela.  

Nelson Mandela, nasceu a 18 de Julho de 1918 em Joanesburgo, África do Sul. Foi advogado, líder e presidente da África do Sul (1994 a 1999), é considerado o mais importante líder da África Negra, tendo ganho Prémio Nobel da Paz de 1993 e Pai da Pátria da moderna nação sul-africana.
Durante a sua vida, notabilizou pela sua dedicação a serviço da humanidade - como advogado dos direitos humanos e prisioneiro de consciência. E como forma de valorizar em todo o mundo a luta pela liberdade, pela justiça e pela democracia a data do seu nascimento é considerado “Dia Internacional Nelson Mandela”.



terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Carta à Deus pai todo-poderoso!

Editada (publicação: Clube dos Pequenos Escritores 02/10/2011)

…pai, não sei mesmo por onde começar, apenas certeza tenho de que que muitas são as inquietações que por dentro me afligem. Diferentemente, dos meus encontros diários consigo, em que geralmente lhe peço perdão pelos meus erros, força e protecção para mim e para minha família, desta vez decidi fazer algo talvez “anormal”, lhe reportar um pouco daquilo que estou a viver aqui na terra e por que não, pedir algumas explicações acerca “desta vida”. Estou ciente das consequências que isto pode me causar, pois, a sagrada bíblia diz que não podemos duvidar de Deus, nem questionar seus feitos, mas porque esta pequena carta, não é necessariamente sinónima de dúvida para com a sua pessoa, vou lhe então pedir algumas explicações sobre a nossa vida neste planeta denominado “terra”.
Passam hoje dois mil anos e alguma coisa, após o senhor ter enviado seu filho Jesus Cristo, com a missão de vir nos salvar. Missão comprida ou não, a verdade é que segundo a bíblia, ele sofreu e morreu por nós. A partida dele aos céus, por um lado criou muita dor e sofrimento, mas por outro, deixou um grande legado para os homens - os ensinamentos sobre o caminho da verdade e da vida, que de acordo com a sagrada escritura, nos levariam a salvação eterna.
Contudo, passado algum tempo e até ao presente momento, assistiu-se a construção de uma humanidade perigosa, imbuída de egoísmo e de muita futilidade. Uma humanidade de seres com prazer de criar sofrimento a outrem.
E se a bíblia defende que o homem foi criado a imagem e semelhança de Deus, e que todos os homens são iguais, porque é que há diferentes raças nos humanos? Porque alguns se acham mais importantes que outros? Até porque, determinadas cores de pele são associadas ao sofrimento, a pobreza, a fraqueza, ao desconhecimento, enfim, a toda indignidade e obscenidade que a ninguém merecem.
Como é que um humano como eu, de carne e osso, alma e espírito, vai me impor sua forma de vida, dizendo que é o protótipo a seguir? 

No meu entender, Deus criou o mundo e repartiu-o dando a cada um, de acordo com a “maldita” cor de pele o que merecia. Mas, aqui neste planeta, há quem se acha superior a todos, que se hoje decidir que o meu maravilhoso povo moçambicano, que enganosamente pensa que é soberano, deve sumir do mapa, em menos de horas, isto se efectiva. E mais engraçado meu Deus, é que estes indivíduos, dia pós dia, engajam-se aparentemente lutando pelo bem da humanidade, apresentado belíssimos projectos para educação, saúde, etc, mas em contrapartida, as doenças e os problemas que afectam os povos pobres nunca encontram solução.
É incrível que em algumas sociedades, quando alguém tem bens em abundância, se for funcionário estatal é chamado de corrupto, e se for empresário particular é traficante de drogas ou de órgãos humanos…será que ninguém pode enriquecer por um trabalho?
Oh Deus, é este o mundo que pretendia construir? De dominadores e dominados? De extrema desconfiança entre os seus seres? De serpentes maliciosas fingidas de heróis? Não será este um projecto falhado?
Se o caminho da verdade e da vida, está em nós memos, porque é que cada dia que passa, o mundo vai sendo poluído por "profetas" de diferentes confissões religiosas, mas que se dizem defender o mesmo fim - a salvação humana!
Neste momento que lhe escrevo esta carta, me encontro incerto de tudo e de todos, o perigo me rodeia por tudo que é lado e canto, desde a criminalidade, efemeridades, desastres humanos e naturais, entre muitas outras maldades que nem sei explicar. A incerteza vem até a mim, não só pelo perigo que minha vida corre a cada segundo que respiro, mas também porque, aqui na terra, apenas os mais fortes é que aparentemente se dão bem. Não imagina Deus, o número de suicídios pelo mundo inteiro… de pessoas que optam em tirar suas próprias vidas, por razões que só eles sabem, mas que com certeza não é por algo bom.
Já que a vida na terra, é significado de competição,… acho melhor parar por aqui, alias, pelo tempo que me dediquei lhe escrevendo, a carruagem já vai me deixando, para um destino que francamente o desconheço, apenas ciente de que um dia vou morrer. E dado que um dia deixarei este lugar definitivamente, as outras tantas questões que me apertam o peito e me dão insónia diariamente, irei lhe apresentar no dia do meu julgamento final.
…sem mais a acrescer, até breve meu pai todo-poderoso. Do seu filho “amado” Jorge Ofice.