Empreendedorismo & Activismo Social

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Realmente, “curtir” apenas não ajuda!

De acordo com hypescience “Curtir não está ajudando”, é título de uma campanha publicitária emocionante da agência Publicis de Singapura, criada para a Cingapura Crisis Relief, uma organização de ajuda humanitária cristã comandada por voluntários. Segundo o site, a propaganda exibe imagens reais e chocantes de três catástrofes: enchente, guerra e terramoto. Junto delas, vêm os polegares para cima que imitam o botão “Like”, ou “Curtir”, da rede social Facebook.
Achei esta “publicidade”, uma iniciativa não apenas impressionante, mas sobretudo educativa, portanto, uma forte chamada de atenção pública sobre o sentido da solidariedade que é caracterizada ultimamente por uma certa superficialidade. Na realidade, “like/gosto” no facebook não muda nada na vida de qualquer carente. Pode até permitir maior divulgação da situação, porém não acaba o sofrimento, limitando-se na partilha sentimental do fenómeno.
É verdade que as redes sociais, constituem uma ferramenta indispensável na actual conjuntura social de conhecimento e informação, mas também é verdade que tendem a tornar a vida do Homem mais individual e sobretudo de aparências.
De forma alguma quero condenar a partilha de conteúdos religiosos electronicamente, não obstante, penso que há um certo exagero e má interpretação dos preceitos divinos. Não poucas vezes, recebemos mensagens/emails cuja parte final diz para reenviarmos a mais de 10 ou 20 destinatários e como recompensa algo de bom irá nos acontecer. Este tipo de mensagens para além de chantagens em nome de Deus, revelam acima de tudo a luta pela satisfação da aparência na vida do Homem, aliás um estudo realizado nos Estados Unidos, defende que pessoas com baixo auto estima, não deviam ter muitos amigos no facebook, sob o risco de tornarem-se frustradas devido a portagens falsas de certos usuários.
Quantos likes e partilhas de fotos e vídeos de pessoas vítimas de doenças, guerra, catástrofes naturais, acidentes, etc., necessitando de apoio cada um de nós já fez? Suponho que sejam incontáveis. Mas quantas vezes cada um de nós visitou voluntariamente, doentes no hospital, crianças órfãos em lares, reassentados de desastres naturais? Quantas vezes cada um de nós ajudou uma idosa a atravessar a estrada?
Não falo de ajuda monetária que é o comum nas ruas das nossas cidades, chegando a fomentar espírito da mão estendida, mas falo de simples gestos de solidariedade, como os acima referenciados.
Realmente, “curtir” apenas não está ajudando! É preciso mais. Quem necessita de apoio, não lhe importa o quão a sua imagem foi difundida e cutida nas redes sociais, carece sim de carinho, da presença humana para lhe transmitir esperança e fé e por que não do pouco “material” que cada um tem.
Para já, quital se cada um de nós apadrinhasse uma criança órfã? Hum? Que este seja o começo de uma plena e profunda solidariedade, bom final de semana a todos.