Empreendedorismo & Activismo Social

segunda-feira, 5 de março de 2012

Rescaldo do meu final de semana

Não existe coisa melhor que começar o final de semana, sentindo-se a pessoa mais feliz do mundo. E assim foi a sexta-feira, com a vitória do meu fabuloso FC Porto, frente ao Benfica por três bolas a duas, numa disputa espectacular imprópria para cardíacos, caracterizada por uma brilhante e extraordinária prestação do Futebol Clube do Porto.
Assim, abriam-se as portas para mais um final de semana, que viria a ser completo, com a realização de uma festa, organizada pela Associaçãodos Estudantes Finalistas Universitários de Moçambique (AEFUM), por ocasião da recepção dos estudantes que estiveram a participar na 6ª edição do Projecto Férias Desenvolvendo o Distrito (PFDD). Nem a chuva, nem o vento foram capazes de inibir a concretização deste momento de diversão e de fraternidade entre os membros e amigos da AEFUM, que na companhia de comas e bebas cantavam e dançam. Por volta da meia-noite, longe de que o meu maravilhoso final de semana terminaria em tragédia, levantei-me para sacudir o pé, dançando, foi então que uma chapa de zinco, arrastada de algures pelo vento forte que se fazia sentir, violentamente voou em minha direcção, tendo me atingido, na parte superior do nariz. Imediatamente, fui evacuado para Hospital Central do Maputo, para cuidados médicos, pois sangrava fortemente.
Quando tudo parecia estar relativamente calmo, dado que teríamos chegado ao Hospital, no entanto para minha surpresa, o pior ainda estava por vir. Depois da consulta, mandaram-me a pequena cirurgia e aí, percebi que há gente que perde a vida mesmo depois de chegar a unidade sanitária, por péssimo e lento atendimento dos técnicos de saúde. Para o meu espanto, a sala para qual fora enviado, não estava lotada, atendendo e considerando a hora. De fora estava eu e mais um outro paciente, esperando desesperadamente por qualquer sinal dos funcionários em serviço, que não faziam mais nada, que entrar e sair da sala de cirurgia. Só depois de cerca de uma hora e meia, chamaram e ali fui eu para um tratamento que não durou mais do que 25 minutos, até porque o ferimento não era tão grave quanto imaginei, tendo apanhado alguns pontinhos.
Foi difícil para mim perceber e muito menos aceitar, aquela forma de trabalhar dos funcionários da saúde do HCM, por sinal a maior unidade sanitária do país. É verdade que eles, segundo, pois segundo, trabalham com vidas e que também as pessoas que lá se fazem presentes, o fazem porque estão aflitas, contudo, não deixam de ser vidas humanas que precisam de toda atenção e atendimento rápido, particularmente quando se trata de casos de ferimentos sangrando, como foi o meu.
Com este triste episodio, termina o rescaldo do meu final de semana, na esperança de melhorar o mais rápido possível, faço votos de uma semana feliz a todos, pés embora tenha virado “scarface”, que sem dúvida vou levar por toda vida. Abraços.