Empreendedorismo & Activismo Social

terça-feira, 20 de março de 2012

Horário moçambicano ou falta de profissionalismo!

Participei na semana passada, durante três dias, em um workshop organizado por uma organização a algures na cidade de Maputo.
O comunicado que me foi enviado, indicava que o seminário teria início  às oito horas e como deveria ser, me fiz presente no local quando eram sete horas e cinquenta minutos. Contudo, para o meu espanto, eu era o segundo convidado a marcar presença, e  que  desconhecia as regras da casa, então eu disse para mim mesmo: Ah! Ainda não está na hora. Até porque faltavam cinco minutos para a hora marcada.
No momento faziam-se os preparativos para a realização do evento, desde montagens de aparelhagens, limpeza, cocktails, entre outras coisas. 20 Minutos depois (08:20h), fomos convidados a entrar na sala e aí sentamos… mas sentamos mesmo!
O seminário contaria com cerca de 30 participantes em representação de diversas associações e organizações, porém até aquele instante (por volta das 09:…h), somente três convidados estavam ali. Comentando com uma colega ao lado, sobre o suposto atraso, tanto dos representantes da organização responsável pelo seminário, como também dos restantes convidados, entendi que me enganara ao pensar que os outros estavam atrasados, após ter me lembrado que em nenhum dos encontros que participei ou participo, a pontualidade foi ou é uma das características, com excepção dos encontros com Deus nas habituais missas na igreja.
Então percebi a razão do ser daquela atitude, que a considerava de atraso e de falta de consideração pelos outros, alias, como afirma  Thomas Hobbes, só há injustiça ou justiça onde a há lei, então no contexto moçambicano como não há pontualidade na consciência dos cidadãos, então também não existem atrasos, temos sim algo  designado “horário moçambicano”.
Entretanto, Moçambique não está isolado, vive-se hoje um contexto mundial que tendem a conectar-se muito rapidamente, o que faz do panorama internacional um espaço de interacção e também de competição, onde apenas as vantagens competitivas nos fazem crescer. E sendo assim, tenho imensas dúvidas desta “vantagem competitiva de Moçambique”, o famoso “horário moçambicano” se poderá contribuir positivamente para o desenvolvimento do país. Pois, sou da opinião que respeitar a pontualidade é sinónimo de consideração, disciplina, responsabilidade e acima de tudo profissionalismo. E porque o tempo é um recurso para o desenvolvimento, enquanto não soubermos gerir tanto o nosso tempo, como dos outros, sempre continuaremos na miserável pobreza absoluta.
Este é um apelo inclusivo a todas camadas e classes sociais moçambicanas, dado que este comportamento verifica-se em todos cantos e lados por onde passamos, mesmo em instituições de gestão pública. E já que a perfeição adquire-se em tudo que fazemos na vida, procuremos desde já sermos pontuais em todos momentos da nossa vida, com a família, com a namorada/o, amigos, etc, de forma a gerirmos melhor o nosso tempo e alcançarmos os objectivos com eficiência. 

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