De acordo com hypescience “Curtir
não está ajudando”, é título de uma campanha
publicitária emocionante da agência Publicis de Singapura, criada para a
Cingapura Crisis Relief, uma organização de ajuda humanitária cristã comandada
por voluntários. Segundo o site, a propaganda exibe imagens reais e chocantes de três
catástrofes: enchente, guerra e terramoto. Junto delas, vêm os polegares para cima
que imitam o botão “Like”, ou “Curtir”, da rede social Facebook.
Achei esta “publicidade”, uma iniciativa não apenas
impressionante, mas sobretudo educativa, portanto, uma forte chamada de atenção
pública sobre o sentido da solidariedade que é caracterizada ultimamente por
uma certa superficialidade. Na realidade, “like/gosto” no facebook não muda
nada na vida de qualquer carente. Pode até permitir maior divulgação da situação,
porém não acaba o sofrimento, limitando-se na partilha sentimental do fenómeno.
É verdade que as redes sociais, constituem uma ferramenta
indispensável na actual conjuntura social de conhecimento e informação, mas também
é verdade que tendem a tornar a vida do Homem mais individual e sobretudo de aparências.
De forma alguma quero condenar a partilha de conteúdos religiosos
electronicamente, não obstante, penso que há um certo exagero e má interpretação
dos preceitos divinos. Não poucas vezes, recebemos mensagens/emails cuja parte
final diz para reenviarmos a mais de 10 ou 20 destinatários e como recompensa
algo de bom irá nos acontecer. Este tipo de mensagens para além de chantagens em
nome de Deus, revelam acima de tudo a luta pela satisfação da aparência na vida
do Homem, aliás um estudo realizado nos Estados Unidos, defende que pessoas com
baixo auto estima, não deviam ter muitos amigos no facebook, sob o risco de
tornarem-se frustradas devido a portagens falsas de certos usuários.
Quantos likes e partilhas de fotos e vídeos de pessoas vítimas
de doenças, guerra, catástrofes naturais, acidentes, etc., necessitando de
apoio cada um de nós já fez? Suponho que sejam incontáveis. Mas quantas vezes
cada um de nós visitou voluntariamente, doentes no hospital, crianças órfãos em
lares, reassentados de desastres naturais? Quantas vezes cada um de nós ajudou
uma idosa a atravessar a estrada?
Não falo de ajuda monetária que é o comum nas ruas das
nossas cidades, chegando a fomentar espírito da mão estendida, mas falo de
simples gestos de solidariedade, como os acima referenciados.
Realmente, “curtir” apenas não está ajudando! É preciso mais. Quem
necessita de apoio, não lhe importa o quão a sua imagem foi difundida e cutida
nas redes sociais, carece sim de carinho, da presença humana para lhe
transmitir esperança e fé e por que não do pouco “material” que cada um tem.
Para já, quital se cada um de nós apadrinhasse uma criança
órfã? Hum? Que este seja o começo de uma plena e profunda solidariedade, bom final de semana a todos.