Quando eu
crescer, quero escrever um livro. Na verdade, já que tudo que é materialmente
representado é oriundo da mente, posso considerar essa obra já escrita, faltado
apenas sua representação gráfica e a respectiva publicação. Se vos “segredei”
que vou escrever um livro, seria no mínimo justo vos revelar pequenos detalhes
sobre esse meu bebé literário ou talvez os tópicos.
Não sei ainda
qual vai ser o título, pois carrego comigo distintos assuntos que abordam
lutas, vitórias e derrotas tanto minhas como da minha “amada” pérola do Índico,
sendo que começarei por dizer que nasci em Moçambique, um país cá da África
Austral que nos anos 80 ficou famoso por ser palco de uma guerra opondo irmãos
da mesma terra, que provavelmente lutavam pela gerência do que teria sido
deixado pelo colono. Este mesmo país teria se destacado mundialmente a nível do
desporto por meio de uma atleta chamada Lurdes Mutola, que tanto fez para
elevar a bandeira do país que a viu nascer, mesmo no meio de imensas
dificuldades. O mesmo Moçambique viria a se destacar na segunda década do
segundo milénio pela existência de avultadas dívidas contraídas por altos
dirigentes em nome do Estado, tendo como consequência o alargamento da
distância entre os ricos e os pobres com a redução dos primeiros e incremento
do segundo grupo, relegado a total e autentica miséria.
Direi também
que o fim do conflito armado (acima mencionado), culminou com a introdução de
um sistema político democrático, que pés embora suas largas deficiências, gradualmente
vai dando seus passos em busca do melhor para seu povo.
Nasci pobre,
alias essa característica é quase que comum para a maioria esmagadora dos
moçambicanos, obviamente com algumas especificidades mas que no final se
multiplicam por zero, bastando apenas que um funcionário do FMI bufe por lá
para tornar todos cá em qualquer coisa não diferente das dores de cabeça de
David Simango em Hulene. Apesar de almejar morrer numa condição diferente, contínuo
pobre, mesmo banhado de materialismo moderno que crescentemente vai me forçando
a participar numa corrida de ratos que francamente desconheço o destino. Sem destino
é também o estagio da religião aqui, cuja competição aos olhares grandes, teria
ultrapassado a partidária, que alias se virá mais uma vez reduzida aos dois
maiores, com a possível aprovação das alterações constitucionais propostas por
aqueles cujo chiar coloca em causa vidas de milhares desfavorecidos nesta terra.
Vou descrever que a liberdade religiosa teria já se tornado num atentado as
liberdades pessoais, com claros sinais de pura e profunda intolerância, onde
dia pós dia lavagens de cérebros, são feitas em nome Deus por troca de bens materiais
e dinheiro.
Vou também
escrever sobre o amor conjugal, onde assisto relações que partilham (quase) tudo,
podendo apenas serem destruídas pelo tocar de um simples dispositivo móvel, que num
entender ao alto, seria mais importante que suas próprias obras (filhos, casa,
etc.), … Neste livro, também falarei de … (imensas desculpas meu telefone tocou,
tenho que resolver uma emergência) continuamos amanha…Abraços e bom final de
semana.