Empreendedorismo & Activismo Social

terça-feira, 20 de março de 2018

A Estrada!


“Você não precisa de iluminar toda estrada, apenas os próximos duzentos metros –Jack Canfiled”. Numa viagem que por exemplo tem como partida a capital Maputo (sul) e destino a cidade de Nampula (norte), durante o percurso a estrada parece desviar para Este e vezes para Oeste e nalgumas zonas mesmo viajando de uma viatura em perfeitas condições, o condutor é forçado a reduzir significativamente a velocidade, nalgumas vezes como forma “esquivar-se” de eventuais obstáculos e noutras vezes por que as regras de trânsito assim mandam, entretanto, se a condução é sempre na defensiva mesmo no meio de distintas dificuldades geralmente ao destino com sucesso chega.
Para alguns condutores e passageiros (sobretudo) o desligar do motor no final da viagem é ao mesmo tempo o desligar da ansiedade, sendo que o medo lhes vem fazendo companhia desde a partida. Nem mesmo a larga e belíssima paisagem que vai banhando a estrada que os guia é capaz de aliviar sua tensão, ao que no lugar de apreciar o girar das árvores, seguem imaginariamente evitando perigos. A velocidade, as ultrapassagens e diferentes manobras próprias de uma viagem são motivos de delírios.
Contudo, dos viajantes também existem aqueles que mesmo o rebentar de um pneu não os faz esquentar, se encontram sempre tranquilos sendo que o trajecto lhes transmite também a sensação de uma viagem no tempo. O mesmo encontramos em certos mestres do volante que mesmo inexperientes, basta lhes força e coragem para enfrentar os diferentes obstáculos que o caminho os opõe e porque tem consciência de que estradas rectas não produzem condutores habilidosos, vão quilómetro a quilómetro buscando fazer da sua viagem uma aventura sempre com os olhos erguidos, não só para garantir uma boa visibilidade, mas acima de tudo para que sua velocidade reflicta seus desejos e perspectivas durante o percurso.
Nesta longa estrada, conduzir defensivamente em muitos momentos é irritante, na medida em que o condutor observa todas regras não só para garantir sua própria segurança, como também em respeito aos seus passageiros e de outros tantos utentes que se fazem a estrada, pelo que surgirão muitos que movidos por diversas razões vão de diferentes maneiras fazer da sua viagem uma dor de cabeça. Os egoístas próprios “da corrida dos ratos” que farão de tudo, seja para bloquear uma possível ultrapassagem deste, assim como também para realizar uma ultrapassagem da sua iniciativa a todo custo mesmo que isso valha a vida dos outros.
Durante a noite, poderá ser encandeado, mesmo implorando para que o outro ilumine de forma a garantir uma óptima visibilidade para ambos, em muitos casos poderá ver seus pedidos negados, lhe fazendo perceber que nem sempre a razão vence e que em certos momentos um deve ceder sua razão pelo bem todos. E se o condutor tiver saído da escola de condução não apenas sabendo interpretar sinais, mas acima com a atitude de sobreviver no meio emergências, na maioria das vezes ao destino chega “são”, e no final sairá ganhando experiência, acima de tudo sabendo que na via não basta ter domínio técnico da viatura, é preciso antes de tudo saber manusear as ferramentas da mente. Mas porque a estrada é realmente uma caixinha de surpresas, durante este percurso vai deparar-se com outros condutores que lhe vão parar pedindo ajuda por qualquer eventualidade. Em certos momentos após uma simples conversa com aquele que pede ajuda, pode surgir uma possível troca de experiência que um dia pode lhe valer, razão pela qual tudo na estrada, tem um propósito por mais insignificante que possa parecer. Até mesmo a Polícia que lhe pára com objectivo de tirar vantagens ilícitas, no final do dia lhe valerá algo.
Na verdade, a estrada é cheia de mistérios, pelo que o ódio, a vingança, a tristeza, sempre farão companhia. Contudo, porque a vida humana é dual, a estrada também é feita de amor e muita felicidade, sendo que esses últimos sentimentos dependem exclusivamente do condutor, bastando que ele pratique bastante gratidão, pelo que não lhe deve faltar OBRIGADO, para todos outros que lhes dão prioridade mesmo quando tecnicamente não a possuem, a todos que lhe chamam atenção quando corre perigo e a todos outros que fazem da sua viagem uma real aventura, desde os mecânicos que garantem a manutenção da sua viatura, as autoridades que mantém a estrada em condições, aos policiais que tudo fazem para garantir segurança a todos, aos passageiros ou companheiros que seguem junto com ele, aos agentes das estacões de abastecimento de combustível que lhe fornecem este precioso líquido, aos restaurantes que lhe proporcionam alimentação, entre tantos envolvidos nesta estrada, pois se assim o fizer, perceberá que a vida tem mais motivos para celebrar que para lamentar e chorar. É uma questão de escolha: E tu preferes viajar com a mão no peito pensando que o carro vai cair ou bater, ou prefere aproveitar o rolar dos pneus e da infinita paisagem que te acompanha?         

sexta-feira, 2 de março de 2018

Quero escrever um LIVRO!


Quando eu crescer, quero escrever um livro. Na verdade, já que tudo que é materialmente representado é oriundo da mente, posso considerar essa obra já escrita, faltado apenas sua representação gráfica e a respectiva publicação. Se vos “segredei” que vou escrever um livro, seria no mínimo justo vos revelar pequenos detalhes sobre esse meu bebé literário ou talvez os tópicos.
Não sei ainda qual vai ser o título, pois carrego comigo distintos assuntos que abordam lutas, vitórias e derrotas tanto minhas como da minha “amada” pérola do Índico, sendo que começarei por dizer que nasci em Moçambique, um país cá da África Austral que nos anos 80 ficou famoso por ser palco de uma guerra opondo irmãos da mesma terra, que provavelmente lutavam pela gerência do que teria sido deixado pelo colono. Este mesmo país teria se destacado mundialmente a nível do desporto por meio de uma atleta chamada Lurdes Mutola, que tanto fez para elevar a bandeira do país que a viu nascer, mesmo no meio de imensas dificuldades. O mesmo Moçambique viria a se destacar na segunda década do segundo milénio pela existência de avultadas dívidas contraídas por altos dirigentes em nome do Estado, tendo como consequência o alargamento da distância entre os ricos e os pobres com a redução dos primeiros e incremento do segundo grupo, relegado a total e autentica miséria.
Direi também que o fim do conflito armado (acima mencionado), culminou com a introdução de um sistema político democrático, que pés embora suas largas deficiências, gradualmente vai dando seus passos em busca do melhor para seu povo.
Nasci pobre, alias essa característica é quase que comum para a maioria esmagadora dos moçambicanos, obviamente com algumas especificidades mas que no final se multiplicam por zero, bastando apenas que um funcionário do FMI bufe por lá para tornar todos cá em qualquer coisa não diferente das dores de cabeça de David Simango em Hulene. Apesar de almejar morrer numa condição diferente, contínuo pobre, mesmo banhado de materialismo moderno que crescentemente vai me forçando a participar numa corrida de ratos que francamente desconheço o destino. Sem destino é também o estagio da religião aqui, cuja competição aos olhares grandes, teria ultrapassado a partidária, que alias se virá mais uma vez reduzida aos dois maiores, com a possível aprovação das alterações constitucionais propostas por aqueles cujo chiar coloca em causa vidas de milhares desfavorecidos nesta terra. Vou descrever que a liberdade religiosa teria já se tornado num atentado as liberdades pessoais, com claros sinais de pura e profunda intolerância, onde dia pós dia lavagens de cérebros, são feitas em nome Deus por troca de bens materiais e dinheiro.
Vou também escrever sobre o amor conjugal, onde assisto relações que partilham (quase) tudo, podendo apenas serem destruídas pelo tocar de um simples dispositivo móvel, que num entender ao alto, seria mais importante que suas próprias obras (filhos, casa, etc.), … Neste livro, também falarei de … (imensas desculpas meu telefone tocou, tenho que resolver uma emergência) continuamos amanha…Abraços e bom final de semana.