Empreendedorismo & Activismo Social

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Bem-haja mulher Moçambicana!

Edição (publicação Clube dos Pequenos Escritores - 07/04/2011)

Celebramos hoje 7 de Abril, o dia da mulher moçambicana em homenagem a Josina Abiatar Muthemba[1].
Natural da província de Inhambane, Josina nasceu a 10 de Agosto de 1945 e morreu no dia 7 de Abril de 1971, vítima de doença. Guerrilheira e activista moçambicana, abandona seus estudos para se juntar à FRELIMO na luta pela nobre missão de libertar o povo moçambicano do jugo colonial, destacando-se como fundadora do Destacamento Feminino e pela sua contribuição na criação do Centro Infantil de Nangade, na província de Cabo Delgado, onde elementos do Destacamento Feminino, tomavam conta de crianças órfãs ou que os pais se encontravam em missões de luta.
Hoje heroína, Josina Machel é sem dúvida inspiração de muitas mulheres em Moçambique, que a tem como modelo e exemplo a seguir, que no seu quotidiano engajam-se na luta contra pobreza que ainda apoquenta milhares de moçambicanos, razão pela qual se reafirma a ideia segundo a qual “educar uma mulher é educar uma sociedade”.
“Antes da luta, mesmo na nossa sociedade, as mulheres tinham posição inferior. Hoje na FRELIMO, a mulher moçambicana tem voz e um importante papel a desempenhar, pode exprimir as suas opiniões; Tem liberdade de dizer o que quiser. Tem os mesmos direitos e deveres que qualquer outro militante, porque é moçambicana, no nosso Partido não há discriminação baseada em sexo”. (Josina Machel)
Através da afirmação acima descrita, é notável e inquestionável a sua preocupação pela igualdade de género, tendo por isso, se evidenciado como uma das primeiras a lutar pelos direitos e emancipação da mulher em todas as esferas da vida, tanto em Moçambique como a nível mundial, aliás, em reconhecimento ao seu trabalho na luta pelo bem da mulher, na década 80, uma rua no bairro de Bangu, no Rio de Janeiro  –  Brasil, foi baptizada em seu nome.
É verdade que o caminho pela igualdade do género em Moçambique é ainda muito longo sobretudo a nível do processo decisório, mas as conquistas e feitos de Josina Machel, revelam-se como passos importantes em busca do ideal, com registos hoje de índices significativos de representação feminina em diversas áreas a nível do sistema político moçambicano.


[1] Passa a chamar-se Josina Machel, ao casar-se com o então presidente de Moçambique,  Samora Machel.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Alguns teus hábitos estão “te matando”!

De acordo com Canfield et al, certos hábitos podem influenciar negativamente o alcance dos nossos objectivos e consequentemente o sucesso pretendido. Na sua obra “The power of focus”, os autores abordam um conjunto de hábitos maus, alguns dos quais aparentemente insignificantes, mas com um impacto bastante forte no rumo que nossa vida toma, a exemplo de:
Não retomar chamadas telefónicas; Fraca ou pobre comunicação com colegas (trabalho, escola, etc.); Falta de clareza nos objectos e expectativas (mensais, anuais, etc.); Deixar o alarme tocar muitas vezes antes de se levantar da cama; Trabalhar o dia inteiro sem folga ou pequenos exercícios (lembre-se de que estar busy não implica necessariamente ser produtivo); Tomar refeições em tempos irregulares; Estar apegado ao telefone, (responder chamadas durante refeições familiares); Despender pouco tempo para momentos de lazer seja em família ou entre amigos (lembre-se de garantir equilíbrio entre todas as facetas tua vida) e Chegar tarde aos encontros ou reuniões.
Em relação a este último, no caso particular de Moçambique, infelizmente o tempo é o recurso que menos se tem em conta. No entanto, é o maior recurso para o desenvolvimento em qualquer sociedade na medida em que, não é depreciavel. O atraso a um determinado encontro por exemplo, independentemente do tipo, revela desrespeito pelos outros e sobretudo falta de consideração pelo seu tempo, deixando parecer que o nosso é mais importante que o deles.
Já pensou quanto tempo tu perdes em atrasos (teus ou dos outros)? E com a televisão? Será que os programas que tu vês estão te ajudando a realizar teus objectivos?
De acordo com Live Learn Evolve, em média uma pessoa nos Estados Unidos e na Inglaterra, gasta nove anos da sua vida vendo televisão, dos quais três anos em programas irrelevantes e repetitivos.
Para o autor, a televisão pode ser um dos grandes obstáculos para o sucesso na vida, dado que, segundo ele enquanto se vê televisão, o nosso estado mental não está longe de dormir, para além da privação da interacção social e da negatividade fortemente influenciada pela grelha de programas maioritariamente negativos (notícias, filmes, novelas, por exemplo cujo conteúdo é geralmente sobre violência, criminalidade, corrupção, traição, mortes, etc.), o que pode contribuir para que a televisão envenene o sistema pessoal de crenças, devido ao constante relato sobre dor, sofrimento, desastres, problemas, que afectam sobretudo a visão sobre o mundo.
Num outro dado, o autor afirma que a televisão pode criar expectativas irreais, pois destroce a nossa maneira de compreender o mundo, pela transmissão de imagens extraordinárias, o que cria um sentimento de desenquadrando, na medida em que a vida nunca vai exactamente como a televisão mostra, levando com que as pessoas fiquem desapontadas e desiludidas ao compararem com a vida real.  
Tendo em conta o actual crescimento económico de Moçambique, que traz consigo a expansão de tecnologias de informação e particularmente da rede televisiva até aos pontos mais recônditos do país, é mister que se tenha especial atenção no tempo com a televisão. Não sugiro que abandone a televisão como aparentemente se pode entender com a citação do autor acima mencionado, aliás a televisão bem aproveitada pode alargar o nosso panorama de conhecimento e de informação, para além de nos manter sempre actualizados.
Contudo, há que se ter em conta o tempo e o tipo de programas em televisão. Pessoalmente, concordo com o autor quando fala de programas repetitivos e de conteúdo negativo. Basta olhar para a grelha de programas do panorama televisivo moçambicano para se provar. Se prestar atenção aos programas transmitidos nas principais televisões em Moçambique, além do conteúdo que é praticamente o mesmo, são transmitidos aos mesmos períodos do dia. Conheço inclusive uma televisão por sinal uma das mais vistas no país, que repete novelas mais de duas vezes, se bem que também não sou apologistas do conteúdo deste tipo de programas. Ora vejamos: Se realmente as novelas tem a intenção de educar a sociedade, porque é que das mensagens transmitidas, maior parte é sobre traição, violência, vingança, aparências, etc? Não se pode alcançar a Paz se falando de actos contrários a ela (Violência, intolerância,). Na matemática por exemplo, só por meio de cálculos certos aprendemos a fazer o correcto, (2+2=4 e não de 2+2=3).
A transmissão de mensagens negativas por mais reais que sejam (notícias por exemplo), afecta directamente a sensibilidade, tornando as pessoais vulneráveis a sentimentos de tristeza, vingança, medo, ódio, competição, etc., (os políticos que o digam).
O site Conscious Life News traz em discussão certos comportamentos que envolvendo a nossa personalidade, nos tornam frágeis nos impedindo de alguma forma a buscar nossos sonhos, são eles: o medo, a dor, o adiamento e o ego.
Segundo o site, há vários tipos de medos que envolvem a vida de cada um de nós, por exemplo, o medo da rejeição, separação ou perda, humilhação, desespero, etc. Estes e outros medos encontram-se na nossa mente (alguns desde a infância) muitas das vezes nos impedindo de tomar passos decisivos em busca dos nossos sonhos.
Já ouvi algumas pessoas afirmando que tem saudades dos tempos que eram crianças, deixando a ideia de que eram mais felizes. Na verdade o que acontece é que, a curiosidade associada a falta de noção do perigo e do risco, faz da criança livre, querendo tocar em tudo em sua volta. É esta liberdade/felicidade que com o crescimento vai se diminuindo devido ao conjunto de regras que vão surgindo em função dos espaços de actuação. Se uma menina podia ficar semi-nua com 8 anos, já não o pode fazer com 13/ anos. Se podia vestir saias curtas com 12 anos, já não o pode fazer com 16/17 anos. Com a consciência das regras em sua volta, o nível de liberdade é afectado sobre maneira, podendo se transformar em medo que por sua vez impede as pessoas de arriscar.
Já o sofrimento causado pelo stress diário ou rotina de vida busy, criam no nosso corpo, uma dor que muitas das vezes não conseguimos superar, levando com que esta se arraste por muito tempo e tome conta do rumo da nossa vida, devido ao somatório do sofrimento diário.  
No que diz respeito ao adiamento, o texto explica que é o mesmo que esperar o momento certo para viver o seu sonho. Na verdade este é um facto comum entre nós, “deixamos sempre para amanha, o que podemos fazer hoje”. Esperamos sempre por uma oportunidade no futuro, nunca temos certeza do presente, pelo que pouco aproveitamos dele. Para muitos de nós o presente nunca é o momento certo, como se tivéssemos a certeza de que o futuro será melhor, ou se estaremos vivos. O adiamento associado ao medo, leva as pessoas a não confiarem no presente, procurando sempre pela perfeição, tentando fazer tudo sempre da melhor forma, ignorando os sonhos e as realizações que se podem fazer no presente.
E por fim o ego, resultado de personalidade excessiva, o mesmo que alguém que está vivendo com identidade falsa sobre si mesma. E geralmente nunca está errado, pelo que sempre que é contradito torna-se agressivo.
Entretanto, mudar de comportamento não é tão fácil quanto pode parecer, mas vale a pena tentar, começando pelo mais simples. E todas mudanças implicam sempre certo desconforto, devido aos sacrifícios e riscos, mas porque a própria vida nunca está parada, muda a cada momento, somos chamados a fazer mudanças constantes e experiências novas.