De acordo com Canfield et al, certos hábitos podem
influenciar negativamente o alcance dos nossos objectivos e consequentemente o
sucesso pretendido. Na sua obra “The power of focus”, os autores abordam um
conjunto de hábitos maus, alguns dos quais aparentemente insignificantes, mas
com um impacto bastante forte no rumo que nossa vida toma, a exemplo de:
Não retomar chamadas telefónicas; Fraca ou pobre comunicação com colegas
(trabalho, escola, etc.); Falta de clareza nos objectos e expectativas (mensais, anuais, etc.); Deixar o alarme tocar muitas vezes antes de se levantar da cama;
Trabalhar o dia inteiro sem folga ou pequenos exercícios (lembre-se de que
estar busy não implica necessariamente ser produtivo); Tomar refeições em tempos irregulares; Estar apegado ao telefone, (responder
chamadas durante refeições familiares); Despender pouco tempo para momentos de
lazer seja em família ou entre amigos (lembre-se de garantir equilíbrio
entre todas as facetas tua vida) e Chegar
tarde aos encontros ou reuniões.
Em relação a este último, no caso particular de Moçambique,
infelizmente o tempo é o recurso que menos se tem em conta. No entanto, é o
maior recurso para o desenvolvimento em qualquer sociedade na medida em que, não é depreciavel. O
atraso a um determinado encontro por exemplo, independentemente do tipo, revela
desrespeito pelos outros e sobretudo falta de consideração pelo seu tempo, deixando
parecer que o nosso é mais importante que o deles.
Já pensou quanto tempo tu perdes em atrasos (teus ou dos
outros)? E com a televisão? Será que os programas que tu vês estão te ajudando
a realizar teus objectivos?
De acordo com Live
Learn Evolve, em média uma pessoa nos Estados Unidos e na Inglaterra, gasta
nove anos da sua vida vendo televisão, dos quais três anos em programas irrelevantes
e repetitivos.
Para o autor, a televisão pode ser um dos grandes
obstáculos para o sucesso na vida, dado que, segundo ele enquanto se vê televisão,
o nosso estado mental não está longe de dormir, para além da privação da interacção
social e da negatividade fortemente influenciada pela grelha de programas maioritariamente
negativos (notícias, filmes, novelas, por exemplo cujo conteúdo é geralmente
sobre violência, criminalidade, corrupção, traição, mortes, etc.), o que pode contribuir
para que a televisão envenene o sistema pessoal de crenças, devido ao constante
relato sobre dor, sofrimento, desastres, problemas, que afectam sobretudo a
visão sobre o mundo.
Num outro dado, o autor afirma que a televisão pode criar
expectativas irreais, pois destroce a nossa maneira de compreender o mundo, pela
transmissão de imagens extraordinárias, o que cria um sentimento de desenquadrando,
na medida em que a vida nunca vai exactamente como a televisão mostra, levando
com que as pessoas fiquem desapontadas e desiludidas ao compararem com a vida
real.
Tendo em conta o actual crescimento económico de Moçambique,
que traz consigo a expansão de tecnologias de informação e particularmente da
rede televisiva até aos pontos mais recônditos do país, é mister que se tenha especial
atenção no tempo com a televisão. Não sugiro que abandone a televisão como
aparentemente se pode entender com a citação do autor acima mencionado, aliás a
televisão bem aproveitada pode alargar o nosso panorama de conhecimento e de informação,
para além de nos manter sempre actualizados.
Contudo, há que se ter em conta o tempo e o tipo de
programas em televisão. Pessoalmente, concordo com o autor quando fala de
programas repetitivos e de conteúdo negativo. Basta olhar para a grelha de
programas do panorama televisivo moçambicano para se provar. Se prestar atenção
aos programas transmitidos nas principais televisões em Moçambique, além do conteúdo
que é praticamente o mesmo, são transmitidos aos mesmos períodos do dia. Conheço
inclusive uma televisão por sinal uma das mais vistas no país, que repete
novelas mais de duas vezes, se bem que também não sou apologistas do conteúdo deste
tipo de programas. Ora vejamos: Se realmente as novelas tem a intenção de educar
a sociedade, porque é que das mensagens transmitidas, maior parte é sobre traição,
violência, vingança, aparências, etc? Não se pode alcançar a Paz se falando de
actos contrários a ela (Violência, intolerância,). Na matemática por exemplo, só
por meio de cálculos certos aprendemos a fazer o correcto, (2+2=4 e não de
2+2=3).
A transmissão de mensagens negativas por mais reais que
sejam (notícias por exemplo), afecta directamente a sensibilidade, tornando as
pessoais vulneráveis a sentimentos de tristeza, vingança, medo, ódio,
competição, etc., (os políticos que o digam).
O site Conscious Life News traz em discussão certos comportamentos que envolvendo a
nossa personalidade, nos tornam frágeis nos impedindo de alguma forma a buscar
nossos sonhos, são eles: o medo, a dor, o adiamento e o ego.
Segundo o site, há vários tipos de medos que envolvem a
vida de cada um de nós, por exemplo, o medo da rejeição, separação ou perda, humilhação,
desespero, etc. Estes e outros medos encontram-se na nossa mente (alguns desde
a infância) muitas das vezes nos impedindo de tomar passos decisivos em busca
dos nossos sonhos.
Já ouvi algumas pessoas afirmando que tem saudades dos
tempos que eram crianças, deixando a ideia de que eram mais felizes. Na verdade
o que acontece é que, a curiosidade associada a falta de noção do perigo e do
risco, faz da criança livre, querendo tocar em tudo em sua volta. É esta
liberdade/felicidade que com o crescimento vai se diminuindo devido ao conjunto
de regras que vão surgindo em função dos espaços de actuação. Se uma menina
podia ficar semi-nua com 8 anos, já não o pode fazer com 13/ anos. Se podia
vestir saias curtas com 12 anos, já não o pode fazer com 16/17 anos. Com a
consciência das regras em sua volta, o nível de liberdade é afectado sobre
maneira, podendo se transformar em medo que por sua vez impede as pessoas de
arriscar.
Já o sofrimento causado pelo stress diário ou rotina de
vida busy, criam no nosso corpo, uma
dor que muitas das vezes não conseguimos superar, levando com que esta se
arraste por muito tempo e tome conta do rumo da nossa vida, devido ao somatório
do sofrimento diário.
No que diz respeito ao adiamento, o texto explica que é o
mesmo que esperar o momento certo para viver o seu sonho. Na verdade este é um
facto comum entre nós, “deixamos sempre para amanha, o que podemos fazer hoje”.
Esperamos sempre por uma oportunidade no futuro, nunca temos certeza do
presente, pelo que pouco aproveitamos dele. Para muitos de nós o presente nunca
é o momento certo, como se tivéssemos a certeza de que o futuro será melhor, ou
se estaremos vivos. O adiamento associado ao medo, leva as pessoas a não
confiarem no presente, procurando sempre pela perfeição, tentando fazer tudo
sempre da melhor forma, ignorando os sonhos e as realizações que se podem fazer
no presente.
E por fim o ego, resultado de personalidade excessiva, o
mesmo que alguém que está vivendo com identidade falsa sobre si mesma. E
geralmente nunca está errado, pelo que sempre que é contradito torna-se
agressivo.
Entretanto, mudar de comportamento não é tão fácil quanto
pode parecer, mas vale a pena tentar, começando pelo mais simples. E todas
mudanças implicam sempre certo desconforto, devido aos sacrifícios e riscos,
mas porque a própria vida nunca está parada, muda a cada momento, somos
chamados a fazer mudanças constantes e experiências novas.